Crónicas Literárias: Os Cinco

Quem se lembra de ler os livros dos Cinco, as fantásticas aventuras dos irmãos Júlio, David e Ana, a prima, a maria rapaz Zé e o seu cão Tim? Recordo-me de terem sido os primeiros livros que li com grande afinco e entusiasmo, devia ter os meus 8, 9, 10 anos... Quase que me atrevo a dizer que foram autenticamente devorados tal a velocidade com que os li e reli...
A escritora inglesa Enid Blyton foi a criadora dos Cinco em 1942 quando saiu o primeiro livro da colecção, Os Cinco na Ilha do Tesouro, onde são apresentados os protagonistas:
"Chamam-lhe Zé? - perguntou a Ana surpreendida. - É nome de rapaz.
- Tens razão. - disse a tia. - Mas a Zé detesta ser rapariga e chamamos-lhe Zé como se fosse um rapaz. Quando lhe chamam Maria José não responde."
Enid Blyton confessou que quando criou esta personagem, a mais carismática e complexa, se tinha inspirado em si própria. As aventuras dos Cinco passam-se durante as férias, altura ideal para acamparem próximo de um lago, num castelo, numa ilha, numa planície,..., onde invariavelmente surge sempre um enorme mistério para desvendarem.
Até 1963, altura em que saiu o último livro da colecção, Os Cinco na Torre do Sábio, foram editados anualmente um livro da mesma, somando 21 no seu total.
Além dos Cinco, Enid Blyton foi a autora de outros livros de aventuras juvenis tais como os Sete, Mistério, o Noddy, etc. Os seus livros encontram-se traduzidos em cerca de 90 línguas estimando-se que já tenham vendido mais de 500 milhões de cópias. Em recente pesquisa realizada no Reino Unido, Enid Blyton foi eleita a escritora preferida dos britânicos à frente, por exemplo, de J. K. Rowling e Shakespeare...
Estes resultados provam que o jeito de Enid Blyton contar histórias é intemporal, reforça a importância da leitura na infância e demonstra quão influenciados somos na vida adulta pelos autores e livros que lemos em crianças.