segunda-feira, abril 13, 2009

Crónicas Literárias: Cinco Dias, Cinco Noites


Portugal, fim da década de 40. André, jovem militante comunista, está prestes a ser detido pela polícia política, vendo-se forçado a abandonar clandestinamente o país. É idealizado um plano de fuga através da fronteira da região de Trás-os-Montes com Espanha. Para o plano ser levado avante é necessário o recrutamento de um passador, alguém que conheça bem os terrenos fronteiriços. Alguns camaradas de André recomendam-lhe Lambaça, contrabandista, um tipo rude e autoritário, dado ao vinho e à desordem.

A antipatia e desconfiança mútua inicial prolongam-se durante cinco dias e cinco noites, período em que percorrem montanhas e vales, entre desacordos e privações, escondendo-se da guarda e da polícia política, e contando com a ajuda de alguns conhecidos de Lambaça, entre os quais a bela Zulmira.

A história escrita por Manuel Tiago, pseudónimo de Álvaro Cunhal, relata de forma sublime a confrontação psicológica entre dois homens, oriundos de universos distintos, mas em busca do mesmo objectivo, a liberdade!
No final, é notória a subtileza com que é descrito o respeito mútuo entre André e Lambaça, construído nas situações mais adversas, embora fiquem no ar alguns pontos de interrogação, ideais para quem tenha uma imaginação mais fértil...

Em 1996, Fonseca e Costa, adapta o o romance ao cinema, realizando um filme inteligente e sensível com excelentes interpretações de Paulo Pires e Vítor Norte.

4 comentários:

Unknown disse...

Tenrinho, já viste o filme?

João Caniço disse...

Ainda não, Tenrinha. Recordo-me de poucos dias depois da morte de Álvaro Cunhal, a RTP transmitiu o filme, mas infelizmente só consegui ver os 10-15 minutos finais...
Curiosamente, na próxima 3ª feira às 22h a RTP Memória vai transmitir de novo o filme, se puderes assiste também.
Beijos

Unknown disse...

Por acaso tengho curiosidade. Relembra-me na terça-feira ;)
Beijinho

João Caniço disse...

Ok, Tenrinha! Depois eu aviso-te...
Beijocas