quarta-feira, agosto 31, 2011

os vampiros



abram alas, deixem passar
vem aí o infame neoliberal
mundos e fundos ao povo urge cortar
em submissão ao patrão neandertal

proletário amorim, pobre coitado
(e eu sou o pai natal)
com belmiro, ulrich e salgado
quem precisa de eixo do mal

desempregados, assalariados,
recibos verdes e afins
contentemo-nos com trocados
enquanto mamam ouro e marfins

mercados, invariavelmente nervosos
agências de rating, distorcem e aldrabam
são os vampiros, sequiosos
sempre a ver se nos encavam


José Afonso "os vampiros"
29 de Janeiro de 1983, ao vivo no Coliseu

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