terça-feira, julho 02, 2013

Política vão-de-escada

A quase três meses das eleições autárquicas as rotundas e os passeios do concelho de Salvaterra de Magos já fervilham com inúmeros «outdoors» do Partido (dito) Socialista repleto de malta a transbordar jovialidade. Tenho sérias dúvidas que muitos deles saibam sequer distinguir uma política social de uma liberal, mas lá estão eles, contentes da vida, ao lado do sisudo senhor engenheiro - o tal que trocou num ápice o «laranja» pelo «rosa». Afinal, a influência da direita é praticamente residual abaixo do Tejo e «centrão» por «centrão» é quase tudo a mesma coisa. Dizem ainda as más línguas que o cabeça de lista à autarquia anda muito preocupado pois não sabe onde é que vai arranjar tacho para esta gente toda...

Após dezasseis anos de travessia no deserto, as fortes perspectivas de triunfo eleitoral fazem com que a aglutinação de esforços surja como algo natural. Não por acaso, muitos preferem estar ao lado dos vencedores. Longe de ser por mérito na Oposição, a verdade é que o poder vai muito provavelmente cair-lhes no colo, graças a um Bloco de retalhos, onde todos brigam e ninguém se entende. Doze anos depois prova-se, uma vez mais, que o PCP e a CDU tiveram razões mais do que suficientes para retirar a confiança política à (ainda) presidente. Quem coloca invariavelmente os interesses pessoais à frente de tudo e de todos não pode fazer parte deste imenso colectivo. 

P.S.: durante a última Assembleia Municipal e quando confrontado com o despesismo nos supracitados «outdoors» o «boy» «xuxialista» mais ilustre do concelho defendeu-se acusando o PCP de também gastar bastante dinheiro com propaganda relativa à «Festa do Avante!». A diferença é que enquanto a campanha para as eleições autárquicas é subsidiada através de subvenções estatais aos partidos, a promoção à «Festa do Avante!» é paga única e exclusivamente com verbas próprias do partido que a organiza. Quem compara o incomparável só pode ser encarado como desonesto intelectualmente ou então é revelador de profunda falta de conhecimentos, algo pouco compreensível para quem vive há tantos anos da política partidária.