sábado, fevereiro 02, 2008

Passado revisitado

Sinto-me frágil
atacado pela melancolia banal
deixei de ser ágil
lúgubre estado natural

Sinto-me perdido
não encontro o Norte
ando aos caídos, sucumbido
aos desígnios da sorte

O vazio é a minha patente
o infinito serve de visão
à sobranceria latente

Esqueci-me dos traços do teu rosto
fui vencido pela solidão
para meu triste desgosto.

10 comentários:

Menina Ochoa disse...

Há dias em que nos sentimos assim, melancólicos, frágeis e perdidos... nesta vida que por vezes é chamada de madrasta...
Contudo, não podemos esquecer que das coisas más vêm as boas e das boas as más, caso contrário não seriamos capazes de sentir!

João Caniço disse...

Tens toda a razão Dreama, o acto de sentir só é possível devido a termos a capacidade de sentir se algo é bom ou mão.
Muito boa a tua reflexão, dá que pensar =)

Anónimo disse...

JP,

Seu soneto me fez lembar a música do U2, 'I still haven't found what I'm looking for'. Talvez porque você fale do estar perdido, sem encontrar o Norte. Às vezes a vida nos coloca em situações assim, em que ficamos desnorteados perante os caminhos a seguir, e por vezes sem ter para onde ir. Isso pode se traduzir na falta de um objetivo profissional, na perda de alguém que se gosta, num vazio dentro da pessoa por falta de saber quem se é e o que se quer. Daí talvez esse estado melancólico que descreves. Ainda bem que como humanos temos a capacidade de sentir para então podermos compreender tanto os sentimentos bons quanto ruins de que a Dreama fala no comment dela.

Desculpe minha 'viagem' acho que no fim acabei divagando mais do que comentando alguma coisa :)

Ótimo domingo!

João Caniço disse...

Que nada Cyntia, foi uma óptima divagação cheia de interesse e com óptimas considerações. Gostei bastante de a ler :)
Concordo contigo, quando ocorre a falência de um objectivo acaba por ser normal uma certa desilusão e até um certo desnorte, mas nada como continuar à procura, sempre sem desistir, a procura do caminho da felicidade :)
Abraços e óptima semana

Anónimo disse...

JP, Suas palavras me lembraram até Dalai Lama :) a procura pelo caminho da felicidade. Ela deve ser incessante. A começar pela procura dele dentro de nós mesmos, assim ele escreve :)

Ótima semana também.

Abraços,

João Caniço disse...

É verdade, Dalai Lama está cheio de razão naquilo que escreve. Já li algumas passagens dele e gostei bastante, os ideais dele são muito bonitos embora sejam muito utópicos para um mundo tão violento como o nosso...
Ciao! :)

Anónimo disse...

:)

Não tenho como discordar de você quando você diz que acha os ideais dele utópicos para o mundo em que vivemos.

Ciao!

João Caniço disse...

Acaba por ser triste termos que concordar com essa afirmação, infelizmente apenas uma pequena minoria da população mundial vive de acordo com alguns dos ensinamentos do Dalai Lama, a esmagadora maioria prefere outros dogmas tais como os monetários e os materiais...
Apesar de tudo eu continuo a considerar-me um pouco utópico e mau será o dia em que deixe de o ser...
Abraços

Anónimo disse...

Não deixe, não! ;)

João Caniço disse...

Vou fazer por isso, espero que a minha personalidade nunca o permita :)