sexta-feira, março 25, 2011

3 notas sobre a (des)organização estatutária do Sporting

Na véspera das eleições mais importantes da história do clube apresento uma tripla reflexão, fundamentada numa breve leitura e análise crítica aos estatutos do emblema verde e branco. 

1. Em pleno século XXI, no auge do desenvolvimento tecnológico e informático, parece-me simplesmente ridículo que um sócio apenas possa exercer o seu direito de voto no estádio de Alvalade em Lisboa. Onde estão os direitos do sócio de Freixo de Espada à Cinta ou de Vila Real de Santo António? Sendo o Sporting um clube com implantação nacional porque não se pode votar nos núcleos sportinguistas espalhados por todo o país e um pouco por esse mundo fora?

2. Com a concorrência de 5 candidaturas à direcção do clube é perfeitamente possível que o novo presidente do Sporting possa vir a ser eleito com apenas 25 ou 30% dos votos expressos. Terá legitimidade para comandar os destinos do clube? Com certeza que sim, mas parece-me que, nestes casos, uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados seria uma solução mais consentânea com a legitimidade democrática aplicada ao universo eleitoral em questão.

3. Sou a favor da regra 1 sócio = 1 voto. Parece-me que a atribuição de diferentes pesos eleitorais consoante o número de anos de sócio é uma medida elitista e conservadora, desprovida de qualquer vínculo democrático. Não se pode exigir que um tipo com 20 anos de idade tenha os mesmos anos de sócio que um com 80 anos. Naturalmente, esta medida coloca nas mãos do eleitorado mais velho e, por consequência, mais conservador, avesso a grandes mudanças, o peso maioritário da decisão eleitoral do clube.

sexta-feira, março 18, 2011

Citações de Saramago (Parte IX)


"A política do Governo no âmbito social não tem nada de socialista, nem com aquilo que um ideal ou prática socialista permitiria dizer está feito ou está a fazer-se. No que respeita ao pensamento económico, o Governo é estritamente neoliberal e isso não me pode agradar porque vejo que a situação social se vai degradando."

DN, 15 de Julho de 2007

domingo, março 06, 2011

90 anos

90 anos de luta pela Liberdade, pela Democracia e pelo Socialismo! Viva o Partido Comunista Português!
Tomar partido é irmos à raiz
do campo aceso da fraternidade
pois a razão dos pobres não se diz
mas conquista-se a golpes de vontade.

Cantaremos a força de um país
que pode ser a pátria da verdade
e a palavra mais alta que se diz
é a linda palavra liberdade.

Tomar partido é sermos como somos
é tirarmos de tudo quanto fomos
um exemplo um pássaro uma flor.

Tomar partido é ter inteligência
é sabermos em alma e consciência
que o Partido que temos é melhor.

Tomar Partido, Ary dos Santos

quinta-feira, março 03, 2011

Comparar a (in)coerência

Rui Pereira permanece agarrado ao tacho
Os serviços da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) erraram ao efectuar a inscrição de Sara Moreira nos Campeonatos da Europa de Pista Coberta, que se disputam este fim-de-semana em Paris, trocando a prova de 3000 m (onde a atleta é vice-campeã em título) pela de 1500 m. O lapso foi detectado apenas depois do fecho das inscrições, impossibilitando qualquer tentativa de reajuste. Apesar de não ter quaisquer responsabilidades directas no sucedido, o presidente da FPA, Fernando Mota, demitiu-se de imediato.

O Ministério da Administração Interna (MAI) tem sido protagonista de inúmeras trapalhadas. Recorde-se os patuscos casos dos blindados para a cimeira da NATO, a cedência de dados dos cidadãos portugueses para os EUA (que a própria Comissão Nacional de Protecção de Dados - e muito bem! - veio criticar), os radares ao  longo da costa marítima que não funcionam e, em especial, a tremenda barafunda registada nas eleições Presidenciais, onde muitos milhares de eleitores foram impedidos de exercer o seu direito de voto, sem esquecer os gritantes erros nos resultados oficiais, somente corrigidos recentemente em Diário da República.

Pois é, o rol de confusões é enorme. E o que faz o incompetente ministro Rui Pereira? Assobia para o ar, tentando passar incólume por entre os pingos de chuva. Demissão é palavra que não faz parte do seu reduzido vocabulário.