sábado, julho 29, 2006

A fachada...

Depois de muito resistir, eis que o prédio ruiu, devorado por umas chamas ardentes que tudo consomem, voraz apetite devorador, destruindo tudo e todos que se lhe deparam pelo caminho, não olhando a meios nem a fins para atingir os seus infames intentos... principiou por uma pequena fagulha ateada pela tua própria incoerência e desatino, em breve se propagou e cresceu, sedenta de vontade de mudar o rumo da historia, algo inalcançável pela natureza humana e que ninguém poderá alcançar... a fachada dá os seus ultimos sinais, a chama extingue-se, a luz trémula apaga-se e com ela todas as boas recordações de um passado não muito distante prestes a desaparecer para sempre, enterrado no mais profundo dos baús e ninguém decerto irá querer lá remexer para não correr o risco de voltar a incendiar a própria vida...

sábado, julho 22, 2006

Doce Ilusão

Olhos negros de tão castanhos
Sorriso belo e estonteante
Corpo de encantos tamanhos
Ilusão doce e arrepiante

Olhar mágico e perfeito
Emana uma luz brilhante
Por entre o coração desfeito
Choque eléctrico penetrante

Gestos, atitudes e movimentos
Suaves e singulares momentos
Iluminam a escuridão

O sonho é o infinito
Talvez, um dia extinto
Terminando esta Doce Ilusão

domingo, julho 16, 2006

Segundo (o) Amor...

Belíssima, lá vai ela
passo estugado pela viela
cabelos negros ao vento
sonho intenso em movimento

Sorriso belo e terno
olhar doce e cristalino
como que espalha magia
por entre toda a monotonia

Invade o meu coração
louco, entra em ebulição
e desespera pelo ensejo

Sim, é ela o meu amor
ninguém se poderá opor
pois é o meu maior desejo

quarta-feira, julho 12, 2006

A Brisa...

Por entre a madrugada sufocante, calor abrasador e ausente de aragem, eis que rompendo por entre as brechas do estore, uma brisa matinal, deveras refrescante e com textura suave percorre com inegável toque as brumas do meu espirito, enterrado e adormecido na melancolia penetrante da saudade e da tua ausência... conforme vou sentido a brisa, relembro-me do teu toque angelical, as tuas mãos macias que nem veludo, tão suaves como esta brisa, que me arrepia ao mais pequeno toque, o cheiro do teu cabelo, que mistério insolúvel para o meu pensamento, mas digno do mais belo aroma do mais puro dos jardins, os teus longos cabelos esvoaçando ao vento, doce magia dançando ao sabor do vento, pintando o mais bonito dos quadros com o derradeiro toque, o teu doce sorriso, ingénuo e arradador, suave e devastante, uma epopeia que nunca será desvendada... nem com esta suave brisa como testemunha, não consigo desvendar o mistério da tua imagem, os traços do teu rosto, toda a belissíma imensidão que te envolve e me faz delirar com a tua ausência e a saudade de perder o meu olhar nos teus fascinantes olhos negros...

quarta-feira, julho 05, 2006

O Queixume...

Vou andando vagorosamente sem dar conta do tempo a passar, observando a paisagem e tudo o que me rodeia, despreocupado, sem pensar em nada de importante, apenas saboreando o momento de paz e tranquilidade... que bom era se fosse sempre assim, se não existisse o constante queixume que me sufoca e prende à realidade, desampara-me contra as tormentas, incendiando-me o corpo e turvando-me a visão... impede-me de dar o salto, de atingir a plenitude da forma, do ser e da existência, e recolhe-me à questão do que devo ou não fazer... se há coisas que detesto é a constante negação vinda de dentro de mim, minando os meus objectivos e metas, como setas cravadas no meu coração, sendo eu próprio que as disparo... O medo, esse estúpido medo de falhar, de não ser bem sucedido surge associado ao queixume e dificilmente desaparecerá por completo... portanto, só me resta usar uma boa armadura de modo a que as setas não me perfurem o coração e o espírito...