Escrito na primeira pessoa por Antonio Salas, pseudónimo de um conhecido jornalista de investigação espanhol, retrata a sua experiência pessoal como infiltrado numa das mais perigosas organizações neonazis espanholas, algo único até aos dias de hoje já que munido de uma câmara oculta e protegido por uma identidade falsa, alicerçou uma personagem credível que lhe permitiu ganhar a confiança dos cabeças rapadas desse grupo e viver durante um ano essa terrível realidade.É um livro forte, poderoso, tremendamente real em que Salas descreve com grande rigor e exactidão várias situações em que se viu envolvido, sendo algumas delas bem perigosas para si próprio já que esteve bem perto de ser descoberta a sua verdadeira identidade e intenção. Salas relata em pormenor o perfil do típico skinhead, o seu estilo de vida, os seus ideais, o seu mundo, as redes de vários grupos interligadas na net, as atitudes violentas em particular quando em grupo, o ódio para com todo e qualquer emigrante, o deixarem progressivamente as actividades nazis quando se envolvem emocionalmente com alguém que não seja da mesma esfera, as ligações perigosas a partidos de extrema direita e a claques de futebol nomeadamente os Ultras Sur, claque do Real Madrid em que Salas também se conseguiu infiltrar, as ligações com movimentos nazis de outros países entre os quais Portugal, como aparece também bem salientado... em suma um livro bastante interessante que li no último Verão e que aconselho vivamente para quem quiser conhecer um pouco mais da vertente do neonazismo na actualidade, para quem pensa que o nazismo terminou com a morte e derrota de Hitler está um pouco enganado, um pouco por todo o mundo subsistem muitos seguidores dessa ideologia...
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