terça-feira, setembro 29, 2009

O sr. Tabu


Independentemente do que Cavaco comunique hoje ao país, ficará eternamente conhecido como
o homem dos tabus...

segunda-feira, setembro 28, 2009

Poder ou anti-poder?


Paulo Portas em 1993:


Bem tinha razão Herman e foi vê-lo correr sofregamente em 2002 para o Governo de Durão Barroso, onde exerceu o cargo de ministro da Defesa tendo ficado célebre a compra dos submarinos, uma necessidade urgente para um país em crise, sem esquecer as 67 mil fotocópias que sacou do ministério antes de cessar funções em 2005. Poderia ainda acrescentar o não menos célebre caso dos sobreiros em que estiveram envolvidos vários governantes com ligações ao CDS...

Na campanha para estas Legislativas, Portas repetiu até à exaustão um discurso populista e demagógico (rendimento mínimo, criminalidade, reformas, pescadores e agricultores), na linha da tradição do partido que lidera, penetrando facilmente no eleitorado mais conservador do PSD, que desta vez votou CDS, explicando-se assim o seu crescimento eleitoral.

Durante a campanha também assistimos a um forte e sangrento combate de Sócrates à Direita, naquilo que terá tido apenas como objectivo impedir o enorme crescimento do BE, algo que foi em grande parte conseguido. Como já todos deveríamos saber, campanhas eleitorais são apenas e só campanhas eleitorais, importante é o que vem a seguir, portanto, não se admirem muito de ver o Paulinho das Feiras a sustentar mais um Governo de Direita de Sócrates e do PS...

Vitória curta

Não é difícil analisar os resultados das Eleições Legislativas. Em traços muito gerais pode-se dizer que o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta de forma clara e inequívoca. O PSD teve um dos piores resultados de sempre, apesar da ligeira subida, conseguida ao centro, perdendo eleitorado à direita para o CDS, que subiu de forma estrondosa, graças ao discurso populista e demagógico de Paulo Portas. O BE dobrou o número de deputados, mas ficou aquém das elevadas expectativas. A CDU manteve o eleitorado tradicional, subindo ligeiramente, recuperando o 4º deputado por Setúbal.

O povo português queixou-se insistentemente e ruidosamente durante 4 anos e meio contra a política de Sócrates e do Governo PS. Apesar da perda de meio milhão de votos, confesso que tinha esperanças num resultado ainda mais sofrido para o Partido Socialista.
Posto isto, e depois de muito esforço, não encontro qualquer adjectivo plausível para classificar a esmagadora maioria dos eleitores, que continuam a votar nos partidos de direita e em quem pratica essas políticas, tão do seu desagrado durante as legislaturas, mas sistematicamente recompensada pelos mesmos nas mesas de voto.

Sim, é verdade que a Esquerda se reforçou consideravelmente, somou cerca de 1 milhão de votos e tem agora 31 deputados (BE=16 + CDU=15), resultados que não apresentava desde 1983, quando a APU do saudoso Álvaro Cunhal obtinha 18%. No entanto, sinto que é demasiado curto para o quadro político, económico e social que foi apresentado aos portugueses nos últimos 4 anos e meio. Recordo aqui algumas dos temas/polémicas que marcaram a última legislatura e foram em grande parte esquecidas nas urnas:
  • Os 150 mil empregos que ninguém viu
  • Código do Trabalho ainda mais prejudicial aos trabalhadores do que o aprovado nos tempos de Bagão Félix
  • Subida do IVA contrariamente ao prometido na campanha de 2005
  • Avaliação dos professores
  • A promessa de referendar o Tratado de Lisboa
  • O deserto da Margem Sul por Mário Lino
  • Encerramento de maternidades e urgências hospitalares
  • Manifestações grandiosas da CGTP
  • PSP em sindicato na Covilhã
  • Reprovação da proposta de legalização de casamento entre pessoas do mesmo sexo
  • Contentores de Alcântara
  • O período experimental de 180 dias
  • Taxas moderadoras
  • 3 anos de obsessão pelo défice e com pouco investimento público
  • BPN e a sua vergonhosa nacionalização
  • Ataque ao Ensino Superior
  • Protecção fiscal indecente à Banca
  • O caso DREN
...

sexta-feira, setembro 25, 2009

Pobreza, miséria e fome


Eis a pena a que foram condenados 85% dos idosos portugueses (1.150.000 pessoas) que recebem de reforma menos de 410 euros mensais, dos quais 200 mil recebem 224,6 euros e cerca de 34 mil auferem apenas 187,18 euros. Juntam-se mais de 600 mil desempregados, dos quais cerca de metade não recebem qualquer subsídio, para não falar no trabalho precário,
recibos verdes, salários em atraso, ordenado mínimo baixíssimo, código do trabalho...
Em contraponto, temos os grandes grupos económicos e financeiros, inchados de lucros obscenos e sempre a engordar, independentemente da situação do país ser de crise ou retoma, numa promiscuidade e conivência gritantes com o poder político.
Concluindo, temos o país mais assimétrico da União Europeia, onde a diferença entre ricos e pobres é mais substancial, com cerca de 20% de pobreza extrema (2 milhões de pessoas), à qual se acrescenta uma classe média cada vez mais empobrecida.

Ruptura e Mudança

Em traços muito gerais é esta a situação a que 33 anos de políticas de direita protagonizadas ora pelo PS, ora pelo PSD, com ou sem o CDS atrelado, conduziram Portugal. As recorrentes promessas eleitorais de Sócrates, Ferreira Leite, Portas e seus pares são um verdadeiro insulto à inteligência dos portugueses. Basta de rosas murchas, laranjas podres e portas escancaradas!
No próximo domingo o povo tem a oportunidade de correr com esta cambada de inúteis e oportunistas! É imperiosa a ruptura com esta situação e uma mudança a sério! É necessária uma política de esquerda que defenda o interesse dos trabalhadores e do povo! É por isso que no domingo voto CDU, com toda a confiança!


quarta-feira, setembro 23, 2009

Vivam os 80's (Parte II)


Em 1984, Phil Oakley, vocalista e compositor da banda britânica de
synthpop Human League, lança Together in Electric Dreams, um dos temas mais marcantes e memoráveis da década de 80. A música faz parte da banda sonora do filme Electric Dreams.



Phil Oakley "Together in Electric Dreams"

terça-feira, setembro 22, 2009

Bússola Eleitoral


A campanha eleitoral para as Legislativas está na recta final e segundo consta existe ainda uma parcela bastante significativa de eleitores indecisos. No site da SIC encontra-se disponível uma Bússola Eleitoral, ideal para ajudar o indeciso a descobrir qual é a sua orientação política para estas eleições.
Apenas por curiosidade, comentei as 28 afirmações, que confirmaram na plenitude a minha concepção política e ideológica, como se pode ver na figura seguinte:

domingo, setembro 20, 2009

Lendas do Relvado: Bobby Robson


Bobby Robson foi um verdadeiro campeão, um lutador que das minas de carvão de Durham entrou no futebol para ser mestre, exemplo de fair-play e vencedor por essa Europa fora.

Habituou-se desde muito cedo à luta, quando começou a trabalhar como electricista nas minas de carvão de Durham (Nordeste de Inglaterra). Agarrou teimosamente o sonho do futebol, traçando o objectivo de escapar ao destino mineiro que perseguia a sua família.

Consegui-o logo aos 17 anos, assinando contrato profissional com o Fulham. Estreou-se pouco depois na First Division, denominação à época para o principal campeonato inglês. No final da temporada seguinte (1951-52) o Fulham era relegado para a divisão inferior, continuaria por mais quatro temporadas em Craven Cottage evoluindo o seu jogo como avançado interior.

No início de 1956 assina pelo West Bromwich Albion, a troco de 25 mil libras, recorde de transferências da altura, regressando deste modo ao principal escalão do futebol inglês. No ano seguinte chega à equipa nacional. Disputa as fases finais dos Mundiais de 1958 e 1962. No total alinha em 20 jogos e aponta 4 golos pela selecção da rosa.

Em 1962 regressa ao Fulham onde se manteve até 1967, altura em que encerra a carreira com 34 anos de idade. Começa então a aventura como treinador, primeiro experiência falhada no Canadá ao serviço do Vancouver Royals. Em Janeiro de 1968 assume o comando de um Fulham em situação crítica na tabela, não consegue evitar a despromoção. Deixa o emblema londrino em Novembro do mesmo ano.

Na época seguinte assume os destinos do Ipswich Town, modesto clube do Leste de Inglaterra. Principia aí verdadeiramente a escalada rumo ao topo do futebol europeu, nunca virando a cara à luta e sempre sem vender a personalidade e o carácter. Depois de quatro temporadas medíocres consegue levar o clube ao 4º lugar na First Division em 1973. Conquista o primeiro título, a Taça de Inglaterra, em 1978 frente ao Arsenal. A coroa de glória dá-se com o triunfo na Taça UEFA de 1981 defronte do AZ Alkmaar, duas partidas épicas, 5-4 no total. Nessa época e na seguinte é vice-campeão inglês. O excelente trabalho de 13 anos no Ipswich Town é reconhecido pelos dirigentes da FA e assume o cargo de seleccionador nacional.

Desde 1970 que Inglaterra não conseguia sequer uma participação digna em fases finais de uma grande competição. Falha a qualificação para o Euro'84, apesar de alguma contestação continua no cargo. Leva Inglaterra aos quartos-de-final do México'86, desafio épico frente à Argentina, envolto em contornos políticos devido à recente guerra das Malvinas entre os dois países. El Pibe Maradona realiza o melhor jogo da carreira, apontando o golo do século e o golo da mão de Deus! Robson declara no final: "Não foi a mão de Deus. Foi a mão de um canalha. Deus não tem nada a ver com isso."

O Euro'88 é para esquecer, três derrotas na fase final perante Eire, URSS e RFA levam Robson a colocar o lugar à disposição, não aceite pelo presidente da FA. O Itália'90 é a derradeira oportunidade para levar Inglaterra à conquista do ceptro mundial. A equipa era fortíssima, destacavam-se Shilton, Pearce, Bryan Robson, Waddle, Beardsley, Lineker, Barnes, Platt e o irascível Gascoigne.
O desafio dos quartos-de-final frente aos Camarões é o melhor da competição, apenas decidido no prolongamento, 3-2 para os ingleses. Na meia-final a arqui-rival RFA. 1-1 após prolongamento no Olímpico de Roma. O esquerdino Pearce falharia o penalty decisivo, os alemães estavam na final e os ingleses ficariam pela 4ª posição, batidos depois pelos italianos.

O mundo de Robson não estava confinado às ilhas, olhava para além no horizonte, aparecendo na temporada seguinte ao comando dos holandeses do PSV, onde brilhava Romário. Sagra-se bi-campeão e aceita o desafio do Sporting de vir para Lisboa em 1992 contando com um tal de José Mourinho para tradutor...
O primeiro ano serve para arrumar a casa e formar uma equipa fabulosa para a época seguinte com Balakov, Juskowiak, Valckx, Iordanov, Cadete, Paulo Sousa e os jovens promissores Figo, Peixe e Cherbakov. Em Dezembro de 1993 segue na liderança do campeonato, mas é eliminado da Taça UEFA de forma surpreendente pelo modesto Casino Salzburgo, que contra todas as previsões atingiria a final da competição. O presidente Sousa Cintra, desejoso de contratar Carlos Queiroz para treinador, demite Robson, numa decisão totalmente incompreensível... Como um mal nunca vem só, na noite do jantar de despedida do técnico inglês, Cherbakov sofre um grave acidente de viação, fica paraplégico, terminando de forma abrupta uma carreira deveras promissora...

O astuto, Pinto da Costa, desgostoso com o trabalho de Ivic, não perde tempo e convence Robson a mudar-se para o Porto, levando com ele Mourinho. Já não vai a tempo de vencer o campeonato, mas ainda consegue conquistar a Taça de Portugal. Nos dois anos seguintes ganha de forma tranquila o campeonato português, chamando a atenção do colosso Barcelona, em busca do sucessor de Cruijff. Aceita o convite, ruma à cidade condal no Verão de 1996, levando novamente consigo Mourinho, há muito convertido no seu braço direito.

A temporada 1996/97 ficaria marcada pelo fenómeno Ronaldo. O jovem fora de série brasileiro realizaria uma época simplesmente fantástica ao serviço do Barcelona, catapultando o emblema catalão para a conquista da Taça das Taças, da Taça do Rei e da Supertaça de Espanha. Robson apenas falharia a conquista do campeonato espanhol, muito por culpa de um sistema de jogo ultra-ofensivo, que facilitava o contra-ataque das equipas adversárias, apanhando em contra-pé a lenta dupla de centrais formada por Fernando Couto e Laurent Blanc...
Robson foi eleito o treinador europeu do ano, mas nem isso demoveu a direcção do Barcelona de contratar o holandês Van Gaal para comandar a equipa, oferecendo ao inglês o cargo de director desportivo. Bobby Robson aceitou o convite e foi o manager dos blaugrana durante um ano.

O apelo do banco foi mais forte e Robson regressou a Eindhoven para comandar o PSV na temporada 1998/99. Desta vez não foi feliz, conseguindo apenas a 3ª posição no campeonato, qualificando in extremis o PSV para a pré-eliminatória da Champions.
Termina o contrato com o clube holandês e regressa a Inglaterra no Verão de 1999. Em Setembro, Gullit é demitido do comando técnico do Newcastle e Robson tem finalmente a oportunidade de treinar o clube do seu coração. Durante cinco temporadas lidera os magpies, conseguindo por duas vezes a qualificação para a Champions. Em 2003 consegue alcançar um extraordinário 3º lugar na Premiership. Na temporada seguinte baixa para 5º. O mau arranque na temporada 2004/05, aliado a vários problemas internos fazem com que seja demitido do comando técnico dos magpies a 30 de Agosto de 2004, data oficial da sua retirada do futebol.

Durante os últimos 17 anos lutou contra vários tipos de problemas cancerígenos, tendo demonstrado sempre uma tenacidade enorme em vencê-los e uma alegria contagiante em viver. Driblou a doença em 1992 quando teve cancro nos intestinos, em 1995 quando esta surgiu sob a forma de melanoma maligno, em 2006 quando esta atacou com um tumor no cérebro e outro nos pulmões.
Em Março de 2008 cria a Fundação Bobby Robson, para a pesquisa de novos tratamentos na luta contra o cancro. Um ano antes é-lhe diagnosticado pequenos nódulos cancerígenos nos pulmões que o levam à morte no passado dia 31 de Julho de 2009, uma data triste que marca o adeus a um gentleman do futebol.


terça-feira, setembro 15, 2009

Patrick Swayze (1952-2009)



Eric Carmen "Hungry Eyes" in Dirty Dancing (1987)

quinta-feira, setembro 10, 2009

Selecção de contrastes

Portugal continua a sua acidentada qualificação rumo ao Mundial sul-africano. No sábado, excelente exibição em Copenhaga, onde massacrou positivamente a equipa da casa e líder do grupo, criou sem qualquer espécie de exagero dez chances tremendas de golo, falhando apenas no essencial, a finalização, o pecado capital do futebol português.
Valeu uma cabeçada fulminante do Levezinho bem perto do final para evitar a derrota, que a acontecer seria injusta a todos os níveis. A Dinamarca, tal como a Suécia, são duas selecções fortes nos aspectos físicos e tácticos, mas a criatividade e técnica não abundam por lá. Portugal é claramente superior a qualquer uma delas e questiono-me sobre como foi possível não termos vencido qualquer uma das quatro partidas perante os dois rivais ao apuramento? O elevado défice na finalização é com toda a certeza o grande culpado, embora alguma falta de sorte e vários equívocos de Queiroz ajudem a explicar o restante...

Ontem, em Budapeste, perante uma frágil selecção húngara a anos-luz da fantástica equipa magiar que deslumbrou o mundo na década de 50, Portugal venceu sim senhor, mas com uma exibição deplorável, um dos piores jogos que me recordo de assistir à selecção das quinas. O golo madrugador de Pepe, no primeiro remate luso, em contraste total com o massacre de Copenhaga, veio serenar a equipa, mas trouxe um efeito contrário ao desejado, já que em vez de pressionar em busca do 2-0, Portugal limitou-se a gerir a posse de bola e a controlar o jogo, colocando-se a jeito nos minutos finais do encontro, valendo a gritante falta de qualidade e inépcia da Hungria.

A haver prémio de fortuna nesta fase de qualificação iria directamente para a Suécia! Após vencer a Hungria no último lance do encontro num ressalto em Ibrahimovic, a formação nórdica ganhou em Malta graças a um auto-golo obtido nos instantes finais. A Dinamarca empatou em Tirana, resultado bastante bom para Portugal, já que obriga os dinamarqueses a não facilitarem na recepção aos vizinhos suecos. Portugal, que ainda não ganhou em casa(!) tem que vencer Hungria e Malta nas últimas duas partidas e esperar pelo resultado do Dinamarca - Suécia para fazer contas à vida...

sexta-feira, setembro 04, 2009

Não estará na altura de mudar?


A decisão da administração da Media Capital em suspender o Jornal Nacional da TVI revela um profundo acto de censura, que visa calar uma voz tremendamente incómoda para o PS e José Sócrates. É certo e sabido que a emissão conduzida por Manuela Moura Guedes nas noites de sexta-feira evidenciava uma parcialidade gritante numa total contradição com os códigos deontológicos e éticos do Jornalismo, embora isso não justique de maneira nenhuma a suspensão do noticiário, ainda para mais a apenas três semanas das eleições Legislativas.
No mínimo curiosa a reacção de Aguiar Branco e Paulo Portas, acusando o PS de mover influências para suspender o referido programa. Antigos ministros do Governo de Durão Barroso, devem ter-se esquecido da maneira como Marcelo Rebelo de Sousa foi afastado da TVI em 2004, devido aos seus comentários incómodos para com o executivo.
Pela enésima vez confirma-se que PS, PSD e CDS são exactamente iguais. Não estará na altura de mudar de governantes? Já chega de rosas murchas, laranjas podres e portas escancaradas!...

O debate de ontem à noite na SIC entre Jerónimo e Louçã pode-se definir como o debate da convergência entre duas forças de Esquerda, que avançam separadas, rumo ao mesmo caminho. A convergência de ideias e opiniões foi tal que pode-se mesmo falar em quase coincidência de posições sobre todas as matérias discutidas, tudo isto num registo de serenidade que faz falta à Política e dá gosto ouvir.
Afastada peremptoriamente por ambos a rivalidade entre os partidos que lideram, afinal estão do mesmo lado da barricada, a luta é contra as políticas de Direita praticadas pelo Governo do PS, não estará na altura de PCP e BE esquecerem as pequenas e velhas desavenças entre militantes e simpatizantes do tipo "eu sou mais de Esquerda do que tu", cerrarem fileiras, organizarem-se, coligarem-se e provarem ao povo português que podem ser uma real alternativa de governação?

"Temos de irritar Cristiano Ronaldo desde início, dar-lhe pancadas e derrubá-lo algumas vezes." As declarações do defesa central dinamarquês Simon Kjaer são completamente ridículas, de incentivamento à violência e reveladoras da falta de bom senso, para não dizer de inteligência, que alguns futebolistas demonstram nas conferências de imprensa.
Se bem me recordo, há cerca de 2 anos, um chico-esperto de nome Stijnen, guarda-redes da Bélgica, declarou que após 2 minutos de jogo já Cristiano Ronaldo estaria fora do relvado, depois de ter sido positivamente massacrado por entradas à margem da lei efectuadas pelos seus companheiros.
A verdade é que Cristiano Ronaldo adora estas provocações e contra os belgas respondeu com 2 golos, numa estrondosa goleada lusa por quatro bolas a zero. Não estará na altura da generalidade dos jogadores de futebol falarem qualquer coisa inteligente ou caso não consigam permanecerem calados?

Se o seu compatriota e colega de selecção Kjaer não esteve feliz no que afirmou, o capitão Tomasson mostrou um humor e ironia refinados ao dizer que Portugal, sem um verdadeiro ponta de lança foi ao Brasil comprar um, complementando a ideia ao afirmar que no futebol dinamarquês e escandinavo não se naturalizam jogadores.
Não discuto a veracidade da afirmação relativamente ao Futebol, embora tenha algumas dúvidas em relação a alguns jogadores suecos e lembro que o actual recordista mundial dos 800 metros no Atletismo, Wilson Kipketer, é queniano de nascimento, posteriormente naturalizado dinamarquês...
Não entrando em discussão sobre a qualidade de Liedson, Pepe e Deco, a verdade é que a selecção portuguesa surge cada vez mais descaracterizada, podendo referir-se à mesma como uma espécie de Brasil B. Não estará na altura de mudar as mentalidades e voltar a apostar na formação do jovem jogador português, tal e qual como aconteceu a partir de metade da década de 80 e com resultados tão positivos como é inteiramente reconhecido por todos?