sexta-feira, março 25, 2011

3 notas sobre a (des)organização estatutária do Sporting

Na véspera das eleições mais importantes da história do clube apresento uma tripla reflexão, fundamentada numa breve leitura e análise crítica aos estatutos do emblema verde e branco. 

1. Em pleno século XXI, no auge do desenvolvimento tecnológico e informático, parece-me simplesmente ridículo que um sócio apenas possa exercer o seu direito de voto no estádio de Alvalade em Lisboa. Onde estão os direitos do sócio de Freixo de Espada à Cinta ou de Vila Real de Santo António? Sendo o Sporting um clube com implantação nacional porque não se pode votar nos núcleos sportinguistas espalhados por todo o país e um pouco por esse mundo fora?

2. Com a concorrência de 5 candidaturas à direcção do clube é perfeitamente possível que o novo presidente do Sporting possa vir a ser eleito com apenas 25 ou 30% dos votos expressos. Terá legitimidade para comandar os destinos do clube? Com certeza que sim, mas parece-me que, nestes casos, uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados seria uma solução mais consentânea com a legitimidade democrática aplicada ao universo eleitoral em questão.

3. Sou a favor da regra 1 sócio = 1 voto. Parece-me que a atribuição de diferentes pesos eleitorais consoante o número de anos de sócio é uma medida elitista e conservadora, desprovida de qualquer vínculo democrático. Não se pode exigir que um tipo com 20 anos de idade tenha os mesmos anos de sócio que um com 80 anos. Naturalmente, esta medida coloca nas mãos do eleitorado mais velho e, por consequência, mais conservador, avesso a grandes mudanças, o peso maioritário da decisão eleitoral do clube.

2 comentários:

Michel Costa disse...

JP,

Você sabe qual é o treinador preferido da chapa vencedora? Sei que Zico e Van Basten eram os preferidos de duas candidaturas derrotadas, mas quem é o preferido de Luís Godinho Lopes?

Abraços.

João Caniço disse...

Michel, o candidato vencedor não tinha treinador oficial definido, embora tudo indique que seja Domingos Paciência, actual treinador do Sp. Braga.
Para além dos citados Zico e Van Basten, também Dunga e Rijkaard figuravam entre os treinadores escolhidos pelas outras duas candidaturas derrotadas.
Mas, atenção que estas eleições ainda vão dar muito que falar devido à notória fraude que aconteceu.
Abraços