Há uma série de anedotas soviéticas bastante divertidas. A minha favorita é aquela em que, uns anos antes da revolução de Outubro, e encontrando-se Lenine ainda no exílio, um velho camarada pergunta-lhe se é com aquele povo de bêbedos e analfabetos que tenciona fazer a revolução, ao qual ele responde que sim, pois não tem outro povo para a fazer.
Em pouco mais de três décadas esse mesmo povo derrubou uma sociedade feudal onde os camponeses eram pertença dos latifundiários, erradicou o analfabetismo, tornou-se a segunda superpotência mundial, derrotou a Alemanha Nazi e desenvolveu um conjunto de avanços sociais, económicos, industriais e científicos extraordinários.
Entretanto, soubemos recentemente, através de um estudo realizado pela OCDE, que cerca de 40 % dos adultos portugueses só conseguem compreender textos curtos e simples e que as redes sociais estão a destruir a capacidade de literacia.
No âmbito das eleições autárquicas, apresentámos, tanto agora como em 2021, programas completos, elaborados com todo o rigor, não obstante a resistência de alguns, que acha(ra)m não valer a pena, pois quase ninguém vai ler.
Felizmente, alguns leem. Opinam. E valorizam. O voto na CDU em Salvaterra de Magos é o voto informado e esclarecido, de quem reconhece a apresentação de soluções concretas para a resolução dos problemas das populações e de quem reconhece igualmente preparação, capacidade e conhecimento dos seus candidatos. É o voto de quem não cede perante os apelos e o tacticismo do voto (in)útil – ontem, sentimos bem na pele esses efeitos. É o voto de quem resiste à propagação da ideologia dominante através dos media tradicionais e do algoritmo das redes sociais.
Posto isto, sabendo que não temos outro povo, que a revolução não está ao virar da esquina e que a educação, o civismo e o conceito de comunidade estão a falhar de forma alarmante, é imprescindível prosseguirmos a luta na nossa terra por um concelho mais progressista e solidário, sempre com o objectivo do seu desenvolvimento sustentado e sustentável, através dos planos políticos, económicos, sociais, culturais e ambientais.
Em tempos tão cinzentos e sombrios, é reconfortante termos connosco largas dezenas de camaradas e amigos que construíram a pulso uma forte candidatura, assente nos valores do trabalho, da honestidade e da competência.
Não terminou nada ontem, começou sim um novo mandato autárquico de quatro anos, para o qual enviamos à presidente eleita e à sua equipa os desejos dos maiores sucessos, extensíveis às demais forças políticas democráticas. Podem contar connosco para uma oposição séria, crítica e construtiva, como é do nosso apanágio. A luta continua!


