quarta-feira, abril 11, 2007

Mourinho vs Benitez

Ai está a 1/2 final mais apetecida da Champions, Liverpool - Chelsea, será a reedição da de 2005 onde um golo polémico de Luis Garcia apurou os reds?... Mourinho e Benitez são na minha opinião dois dos três melhores treinadores da actualidade, o outro é Lippi, campeão mundial pela Itália e campeão italiano, europeu e mundial pela Juve, desejado por alguns dos principais clubes europeus para a próxima época.
Mas, centremo-nos naquele que é o grande choque entre treinadores dos últimos 3 anos. Depois de terem alcançado o sucesso no seu país, Mourinho no Porto e Benitez no Valência, ambos rumaram em 2004 a Inglaterra, onde logo no ano de estreia não defraudaram expectativas, principiando uma intensa e saudável rivalidade com resultados imprevisíveis e equitativos. Ora, avizinha-se mais um grande duelo entre estes dois senhores, mais uma vez o resultado é uma total incógnita. Analisando o momento actual das duas equipas eu daria ligeiro favoritismo ao Liverpool, devido a centrar todos os seus objectivos na Champions, na Premiership não passará de 3º, enquanto que o Chelsea depois de conquistar a Carling Cup frente ao Arsenal, luta ainda pelo campeonato e pela FA Cup.
Analisando o Liverpool ao pormenor, destaca-se o seu capitão Gerrard, provavelmente o melhor médio do momento, um colosso, classe pura, decisivo em muitos jogos, lider intocavel dos reds. No actual esquema de Benitez, Gerrard surge sobre a faixa direita do meio campo embora com total liberdade de movimentos, aparecendo bastantes vezes em zona de finalização ou a pautar o jogo no miolo, ao lado da grande capacidade táctica e de passe do argentino Mascherano e do espanhol Xabi Alonso, formando um meio campo poderosíssimo. Na faixa esquerda reside o grande problema para Benitez, as lesões de Luis Garcia, Kewell e de Fábio Aurélio retiram muitas soluções ao espanhol, sobrando apenas o norueguês Riise, um portento de força, velocidade e capacidade de remate. Na frente o gigante Crouch aparece em grande forma e deverá ser acompanhado pelo holandês Kuyt embora o galês Bellamy pela sua velocidade e imprevisibilidade também seja uma boa opção. Na defesa Carragher tem estado em grande pelo seu excepcional jogo físico e poder de marcação, acompanhado pela revelação dinamarquesa Agger que surpreendentemente roubou o lugar ao histórico Hyypia. Na lateral direita o irlandês Finnan tem estado muito bem, nomeadamente nas descidas e cruzamentos como se verificou no jogo de Eindhoven. Na baliza surge o ponto mais fraco, Reina não oferece muita segurança.
O Chelsea pauta o seu jogo especialmente na capacidade física e atlética da sua equipa, apresentando um jogo colectivo muito forte. Assenta o seu esquema numa dupla de centrais fortíssima, a melhor da actualidade, Terry e Carvalho, sem descurar o poder de Ashley Cole na esquerda, e a revelação Diarra na direita. No losango do meio campo destaca-se Lampard, menos fulgurante que nas ultimas épocas, mas sempre fantástico. O alemão Ballack ainda não provou as qualidades de que vinha rotulado, mas é sempre um grande trunfo. O jovem nigeriano Mikel ganhou o lugar ao experiente Makelele e tem-se destacado pelo poder físico e qualidade de passe curto. Finalmente, Essien, suspenso para o jogo da 1ª mão, é o todo o terreno da equipa, podendo jogar em qualquer posição do meio campo ou na defesa como o comprova a excepcional 2ª parte em Valência jogada a lateral direito culminada com um golo espectacular e decisivo. Finalmente Joe Cole depois de muitos meses lesionado surge como o joker que Mourinho poderá lançar a qualquer momento no jogo, como também se viu no Mestalla, minimizando assim a lesão de Robben, impedido de dar o seu contributo até ao fim da época. Na frente o poderoso Drogba e o renascido Shevchenko formam uma dupla temível.
Está assim lançada uma eliminatória que se prevê electrizante e imprevisível, qualquer que seja o resultado o futebol espectáculo decerto sairá como grande vencedor.

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