
Paolo Di Canio é natural de Roma e começou a sua carreira de futebolista nas camadas jovens da Lazio, equipa da qual é desde sempre adepto confesso pertencendo em jovem à claque dos Irriducibili. Jogou na equipa principal da Lazio de 1987 a 1990, passando depois por vários clubes italianos e britânicos até regressar à Lazio em 2004, saindo em 2006 para uma modesta equipa da capital italiana, o Cisco Roma, onde ainda joga e se prevê que termine a carreira no final desta temporada, ele que já conta 39 anos.
Foi em terras britânicas que Di Canio conseguiu as suas melhores temporadas ao serviço do Celtic, Sheffield Wednesday e West Ham. Conseguiu antagonicamente ser suspenso por 11 jogos depois de empurrar furiosamente um árbitro em 1998 e receber o Prémio FIFA Fair Play 2001 ao não ter marcado um golo fácil porque o guarda redes adversário estava no chão lesionado.
Di Canio possui uma tatuagem do Duce Mussolini no braço e escandalizou o mundo do futebol ao fazer a saudação nazi após ter apontado um golo no derby contra a Roma em 2004, gesto que seria repetido em 2005 contra o Livorno, jogo que terminou em verdadeira batalha campal nas proximidades do estádio Olímpico entre adeptos das duas claques rivais.

Di Canio fui multado e condenado publicamente por essas atitudes, embora tenha ouvido algumas vozes de apoio entre as quais a do antigo primeiro ministro e presidente do Milan, Silvio Berlusconi, que descreveu Di Canio como um 'bravo ragazzo'...
Em 2001 Thuram, defesa central francês, na altura no Parma, esteve a um passo de assinar pela Lazio, mas receoso das possíveis atitudes para com ele dos racistas tiffosi laziale em virtude da cor negra da sua pele preferiu ir para a Juventus.
O Hellas Verona foi campeão italiano em 1985, mas actualmente agoniza na Série C1 (3ª divisão do Calcio) e tem a claque mais racista e fascista de Itália, as Brigate Gialloblù, que além de inúmeros episódios e manifestações semelhantes às dos Irriducibili impediu há pouco tempo o presidente do clube de contratar um jogador judeu...
O AC Milan pode-se definir como o clube de simpatia das classes sociais mais humildes da cidade de Milão em contraste com o clube da elite que é o rival Inter, em tal ordem de ideias é um pouco para não dizer demasiado estranho que o presidente do Milan é há mais de 20 anos Silvio Berlusconi, magnata da televisão, ex primeiro ministro e actual candidato ao mesmo lugar e envolvido em inúmeros escândalos de corrupção...

Amanhã e 2ª feira vão decorrer em Itália eleições legislativas antecipadas onde os principais candidatos a primeiro ministro são o já citado Berlusconi representante da direita e Walter Veltroni líder da coligação de centro-esquerda, antigo presidente da Câmara de Roma e tiffoso da Juventus. A 3ª força política é a coligação Sinistra Arcobaleno (Esquerda Arco-Íris) que engloba o Partito della Rifondazione Comunista, Sinistra Democratica, Partito dei Comunisti Italiani e Federazione dei Verdi, coligação pela qual fico a torcer por um bom resultado.