segunda-feira, junho 30, 2008

Espanha campeã! 'El Niño' decisivo!

A Espanha sagrou-se campeã da Europa de selecções após bater na final de Viena a congénere alemã por uma bola a zero graças a um golo solitário e absolutamente decisivo de Fernando El Niño Torres. Com este triunfo a Espanha iguala a França com 2 títulos europeus conquistados, ficando a 1 da recordista Alemanha.

As equipas apresentaram-se com um esquema muito idêntico, povoamento do meio campo com 5 unidades e 1 homem sozinho na frente. Curiosamente, pertenceu aos alemães o domínio do jogo nos instantes iniciais, tentando limitar a capacidade técnica espanhola na organização de jogo. A partir dos 10' a Espanha equilibrou a partida e pouco depois já dominava amplamente a luta do meio campo, com o seu futebol fluído a toda a largura do terren e as suas unidades a ocuparem bem os espaços. Torres surgia muito solto e veloz na frente causando inúmeros problemas à pesada e lenta dupla de centrais germânica e por volta dos 23' cabeceava uma bola à base do poste de Lehmann. Estava dado o primeiro aviso e aos 33' El Niño não perdoou, concluindo da melhor maneira um passe de rotura de Xavi, aproveitando também a lentidão e indecisão de Lahm e Lehmann no ataque do lance.
Nos minutos iniciais da segunda parte a Alemanha voltou a surgir melhor e encostou um pouco a Espanha às cordas, a pressão parecia acentuar-se com a entrada de Kuranyi aos 58', passando os germânicos a actuarem com 2 homens na frente. Aragonés leu bem o jogo e resistiu à tentação de colocar mais um central e preferiu refrescar e bem o meio campo retirando o organizador Fabregas pelo posicional Xabi Alonso ganhando de imediato, de novo, o total controlo do jogo. A faceta da partida manteve-se assim até final, com o meio campo espanhol a trocar a bola a seu belo prazer e a construir boas chances de golo quando acelerava. De facto, pode-se dizer que se a Espanha tivesse sido mais acutilante teria certamente apontado o segundo golo e decidido a questão antes dos 90'. Mas, isso não aconteceu e nos instantes finais os alemães tentaram o chuveirinho para a área roja em busca do jogo aéreo das suas torres, embora em vão...

A Espanha foi a justa vencedora do torneio porque foi a equipa que melhor futebol apresentou no cômputo geral e manteve sempre o nível exibicional a um patamar bem elevado, graças a uma enorme regularidade. A Holanda e a Rússia fizeram excelentes exibições, mas apenas em 2 ou 3 jogos, e outras selecções em apenas 1 jogo ou 2. A Espanha manteve sempre um nível muito aceitável, mostrou um ataque concretizador (12 golos), uma defesa sólida (3 golos sofridos) e um meio campo de luxo, o ponto mais forte da equipa, com Senna como homem invisível nas compensações tácticas às deambulações ofensivas de Xavi, Iniesta, Silva e Fabregas. Palavra final para Aragonés, manteve firme as suas convicções, idealizou uma estrutura, uma equipa, uma táctica e correu muito bem, melhor seria difícil! Grande vitória para o veterano técnico!
Parabéns à Espanha, daqui a 4 anos há mais e se o futebol apresentado for no mínimo como neste Euro não será nada mau! Espero que tenham gostado dos vários post's que escrevi sobre o Euro nos últimos meses e encontra-se em votação na barra lateral direita a escolha do melhor 11 do torneio. Bom defeso a todos!

sexta-feira, junho 27, 2008

Não houve (mesmo) 'revolução russa'...

Apesar da minha enorme simpatia pela selecção russa, sou obrigado a concordar com o meu amigo Michel quando ele diz que não houve revolução russa neste Europeu, ou melhor, existiu um esboço da mesma, ficando-se apenas pelas intenções...
Trocando por miúdos pode-se dizer que o experiente Aragonés venceu claramente no duelo táctico com Hiddink ao anular os pontos fortes da formação russa, ou seja, colocando o extremo esquerdo Silva na direita do meio campo espanhol de forma a bloquear as subidas de Zhirkov pelo corredor esquerdo e fomentando o aumento de pressing por parte do meio campo espanhol de forma a que o seu maestro Arshavin não recebesse a bola nas melhores condições e quando a recebia tinha Senna ou um dos dois centrais na marcação cerrada, não deixando o estratega russo potenciar o seu imenso talento na construção do jogo ofensivo russo.
Apesar do domínio táctico espanhol a primeira parte foi muito equilibrada e até couberam à Rússia as duas melhores ocasiões de golo, ambas protagonizadas pelo seu temível avançado, Pavlyuchenko. A Espanha apesar de ter o jogo perfeitamente controlado não se conseguia acercar com perigo da baliza de Akinfeev e aos 34' temeu-se o pior porque Villa foi obrigado a sair com lesão muscular entrando Fabregas. Ora, esta alteração potenciou ainda mais o meio campo espanhol, tornando-se o domínio muito mais intenso no final da primeira parte e em toda a segunda metade. O golo madrugador de Xavi logo no recomeço do segundo tempo mostrou que a Espanha tinha tudo para vencer e Hiddink bem tentou mexer na equipa e na estratégia, mas os espanhóis estavam simplesmente irresistíveis com um meio campo fortíssimo a jogar um futebol colectivo de enorme qualidade, não admirando o avolumar do resultado no decorrer da partida.
A Rússia despede-se assim não da melhor maneira, mas teve uma excelente prestação, há 20 anos que uma equipa russa ou soviética não passava da primeira fase de uma grande competição, revelou um forte colectivo e alguns jogadores de grande categoria onde se destaca obviamente Arshavin, pretendido por muitos dos tubarões europeus...
Quanto à Espanha é favorita para a final e só uma Alemanha fortuita ou que melhore muito o seu nível de jogo poderá ousar vencer os espanhóis. Os alemães são com toda a certeza a equipa mais sortuda da prova, apanharam na primeira fase as duas equipas mais fracas da prova no seu grupo e nos jogos de mata-mata quer Portugal quer Turquia ofereceram de bandeja os golos aos alemães... Daí o meu prognóstico ser claramente Espanha e que se tudo correr dentro da normalidade serão eles a levantar pela segunda vez o troféu de campeão da Europa 44 anos depois...

domingo, junho 22, 2008

Rússia demolidora, Espanha paciente e Turquia milagrosa!

A Rússia deslumbrou os adeptos do futebol ao exibir um jogo de qualidade fantástica no jogo dos 1/4 de final frente à poderosa Holanda. Contrariando o favoritismo laranja a selecção russa pegou no jogo desde início, conferindo um ritmo diabólico à partida, contando com um meio campo de grande qualidade técnica e táctica, dois laterais sempre muito disponíveis no apoio ao ataque, em especial Zhirkov, muito provavelmente o melhor lateral esquerdo da prova. Na frente Pavlyuchenko é um avançado temível, lutador, trabalhador, inteligente, de grande categoria! Marcou um belo golo e ainda atirou um remate portentoso de longe na trave! Finalmente o grande jogador russo é o seu número 10, Arshavin, talentoso, de grande qualidade técnica, acelerações e mudanças de velocidade prodigiosas que destruíram por completo a defesa da Holanda que tão segura tinha estado durante a primeira fase.
O futebol holandês quase que foi engolido pela avassaladora e rápida troca de bola do meio campo russo, apenas Sneijder se destacou tentando imensas vezes o remate, mas sempre sem sucesso. Van Nistelrooy ainda levou a partida para prolongamento num golo pleno de oportunismo, mas no tempo extra só existiu a equipa russa em campo, liderados pelo fantástico Arshavin mereceram amplamente a vitória e confirmam-se como grande candidato ao triunfo final. Está assim vingada a derrota soviética na final do Euro 88...

14 anos depois a Espanha vingou-se da derrota sofrida com a Itália nos 1/4 de final do Mundial 94. Desta vez felizmente não houve nenhum Tassotti a manchar a partida embora muita imprensa espanhola tenha feito manchetes a especular que Chiellini teria uma atitude à Tassotti. Este com uma classe tremenda fez uma exibição monumental secando completamente Villa e Torres, respondendo da melhor maneira às injustas injúrias que a imprensa espanhola levantou sobre si. E o positivo da Itália foi quase e só Chiellini porque a equipa envolta num mar de equívocos patrocinados por Donadoni arrastou-se até ao prolongamento sem o mínimo de ambição em tentar vencer a partida nos 120 minutos... Toni foi o espelho desse arrastamento, um jogador cabisbaixo sem confiança que passou pelo Euro sem apontar um único golo, enquanto isso o melhor marcador da Série A 2008 agonizava no banco e apenas entrou a 12 minutos do fim em busca de um milagre, realmente Del Piero não tem sorte com Donadoni...
A furia roja evoluiu e foi paciente, não deixou de tentar o golo do triunfo durante todo o jogo, embora pela certa, sem arriscar muito. Assistiu-se a um jogo muito táctico com poucas chances de golo, mas a haver um vencedor tinha que ser a Espanha e fez-se justiça no desempate através das grandes penalidades. Buffon desta vez não fez o impossível e apenas defendeu um penalty enquanto Casillas esteve monumental no penalty de De Rossi e segurou facilmente o de Di Natale. O meio campo espanhol é muito forte, Senna esteve em grande plano e a defesa que eu previra vacilante esteve muito bem. Honra e justiça a Espanha que mereceu a vitória!

Pelo terceiro jogo consecutivo a Turquia passa do inferno ao céu nos últimos instantes da partida! É totalmente incrível a forma como os jogadores turcos acreditam até ao último segundo em como podem inverter um desfecho quase inevitável! Grande coração turco e capacidade de superação notáveis. A Croácia dominou quase toda a partida perante uma Turquia inteligente, que convicta da superioridade técnica do adversário optou por tapar bem os espaços a meio campo e marcar em cima o seu maestro, Modric. A táctica parecia que ia dar certo, mas aos 119' Klasnic apontou um golo pleno de oportunismo e tudo apontava para que os croatas seguissem justamente rumo à meia final. Já com Nihat de fora devido a lesão muscular e dois minutos para lá da hora, Semih Senturk apanha uma bola perdida na área e no meio de uma imensidão de jogadores croatas dispara um remate fulminante que só parou no fundo das redes de Pletikosa!
O jogo terminou a seguir e ficou a ideia que estava encontrado o vencedor tal a maneira inversa como as equipas sairam psicologicamente da partida. Confirmou-se esta ideia e a Turquia avançou surpreendentemente para a semi-final...

sexta-feira, junho 20, 2008

Triste fado lusitano...

Mudança táctica alemã, falta de capacidade de finalização, erros defensivos crassos, lapsos de arbitragem contra, em suma o velho triste fado lusitano explica mais uma eliminação precoce numa grande competição onde tínhamos potencial para a vencer...

Löw receoso do poderio português a meio campo alterou de maneira surpreendente a táctica alemã passando do tradicional 4*4*2 ofensivo apresentado nos três jogos da 1ª fase para um 4*2*3*1 de contenção, com a inclusão dos médios defensivos Rolfes e Hitzslperger, Ballack solto à frente destes e Schweinsteiger e Podolski abertos nas alas. O objectivo de Löw era aniquilar a troca rápida e concisa do meio campo luso que tão bem tinha estado nos dois primeiros encontros e foi plenamente conseguido em especial durante a primeira meia hora em que o domínio alemão na zona nevrálgica do terreno foi amplo.

A tradicional falta de capacidade finalizadora também nos penalizou como é hábito, tivemos maior número de remates que os alemães, o dobro para ser mais exacto, 22 contra 11, só que eles em apenas 4 à baliza fizeram 3 golos e nós desperdiçamos chances incríveis como o joelho de João Moutinho aos 20' ainda o jogo estava a zero ou a cabeçada de Pepe aos 57' que poderia ter dado o empate a dois.

Os erros defensivos foram quanto a mim o principal factor da derrota, é inadmissível que uma selecção que ambiciona ser campeã da Europa ofereça 3 golos da maneira como o fez. Já revi com atenção os 3 lances e fico pasmado com tanta falta de capacidade de marcação e de agressividade na disputa e no ataque do lance!
No primeiro lance Klose descai para a faixa esquerda onde faz a tabela para Podolski cruzar para a pequena área onde surge vitorioso Schweinsteiger a concluir facilmente beneficiando da tremenda incapacidade de Paulo Ferreira em o marcar e da passividade de Pepe e Ricardo Carvalho. Ora, se Klose estava na faixa esquerda nós tinhamos 3 defesas no centro da área para marcar apenas 1 jogador e ninguém o conseguiu fazer...
No segundo golo germânico novamente o sufoco das bolas paradas aéreas que já tantos calafrios havia dado no jogo com os checos. Faz-me confusão não ver nenhum dos centrais a atacar a bola que vem directa ao centro da área, ver Bosingwa desistir da marcação a Klose e este surgir sozinho na cara de Ricardo, como bom cabeceador que é a fazer facilmente o 2-0.
Finalmente o terceiro tento quase a papel químico do segundo, pelo menos na cobrança e no local para onde a bola foi enviada. Porém desta vez, Ricardo resolveu ajudar com uma das suas saídas extemporâneas e catastróficas, deixando a baliza totalmente deserta para onde a bola se encaminhou tranquilamente após cabeceamento de Ballack. Se Ricardo tem ficado sobre a linha de golo teria defendido a bola com os pés! Até eu tinha defendido aquela bola! O próximo seleccionador que tenha coragem de colocar Quim na baliza portuguesa, muito mais seguro e de confiança... Paulo Ferreira não fica isento de culpas já que sofre um pequeno empurrão de Ballack e apenas o sofre porque não marca correctamente o alemão, não usa o corpo, não se encosta ao médio germânico, foi aquilo que na gíria futebolística se chama um passarinho! Paulo Ferreira foi de longe o jogador português mais fraco presente neste Euro, uma sombra do jogador que tão bem havia jogado no Porto de Mourinho! Que saudades de Caneira! Este apesar de ser central de raiz faz bem qualquer das posições da defesa, marca bem e é forte no jogo aéreo! Não se percebe porque ficou de fora do Euro, teria na minha óptica lugar de caras no onze luso e é tremendamente superior ao medíocre Paulo Ferreira...

O árbitro sueco não foi o responsável pela vitória alemã, longe disso, mas em pequenos pormenores decidiu sempre a favor dos germânicos. Aos 34' Metzelder segura Nuno Gomes dentro da área alemã, penalty que ficou por assinalar. Aos 47' Friedrich comete falta dura sobre Cristiano Ronaldo e com este no chão pisa-o propositadamente, vermelho que ficou por mostrar. E no terceiro golo alemão existe claramente falta de Ballack sobre Paulo Ferreira, o alemão empurra o português de forma subtil e discreta, suficiente no entanto para o tirar do lance...

Finalmente, Scolari mais uma vez não soube mexer acertadamente na equipa no jogo decisivo tal como já tinha sucedido na final do Euro 2004 e na meia final do Mundial 2006. Nani, o único jogador que poderia sacudir o jogo português entrou demasiado tarde. Nuno Gomes estava muito bem no jogo e não consigo perceber a sua substituição ainda para mais porque colocou Cristiano Ronaldo fixo na frente entre as duas torres alemãs. Tenho-me fartado de dizer e muita gente concorda comigo e desta vez vou escrevê-lo em letras garrafais para que fique bem claro e explicito que C. RONALDO NÃO RENDE COMO PONTA DE LANÇA! A PLENITUDE DO SEU JOGO VEM AO DE CIMA QUANDO SURGE NO MEIO, NA ZONA DE FINALIZAÇÃO, VINDO DE UMA DIAGONAL DAS FAIXAS, POR NORMA DA ESQUERDA A CONCLUIR COM SUCESSO COMO TEM SIDO HÁBITO NOS ÚLTIMOS ANOS! Qualquer pessoa que perceba minimamente de futebol consegue ver isto, Scolari não e voltou a teimar nisto quando já o tinha feito erradamente na meia final do Mundial 2006! C. Ronaldo ontem não fez um grande jogo, actuou diminuído devido a lesão no pé e foi fácil de constatar que a partir do momento em que passou para ponta de lança desapareceu completamente do jogo...

Triste fado lusitano este, desde 1996, passando por 2000, 2004, 2006 e agora 2008 nos empolga nas primeiras fases, faz-nos sonhar com o título e apenas nos dá desilusões... Começo a concordar com o meu amigo brasileiro Michel que diz no seu blog http://a4l.zip.net/ "...o futebol teima em recontar suas histórias. Mudam as competições, mudam os protagonistas e o roteiro parece seguir sempre o mesmo..."
Nunca a célebre frase do mítico ponta de lança inglês Gary Lineker teve tanto sentido "O futebol são 11 contra 11 e no final vence a Alemanha..."

quinta-feira, junho 19, 2008

Sonho perfeito...

Como um anjo
dormes profundamente
sonhas com o arranjo
do teu mundo pendente

Na tua imaginação
vence o improviso
sem a mínima exaltação
alcanças o paraíso

Lugar mágico e mítico
onde apenas levita
o espírito mais rico

A noite é plena de profundidade
com ela a tua alma gravita
até à infinita felicidade...

quarta-feira, junho 18, 2008

À procura...



Ana Moura 'O Fado da Procura'

1ª fase completa... venham os 'Quartos'!

Portugal disputou o terceiro jogo com a Suiça com 8 alterações no onze inicial e após um 1º tempo razoável realizou uma 2ª parte desastrosa sofrendo 2 golos dos anfitriões que assim se despediram do seu Euro com 1 triunfo. Apesar da arbitragem caseira Portugal tem que se queixar e muito de si próprio já que a exibição no 2º período deixou muito a desejar, apenas Nani mostrou a Scolari que pode entrar no onze num futuro breve... A 15' do fim do Rep. Checa - Turquia tudo parecia estar decidido a favor dos checos que venciam por 2-0, mas uma reacção turca intensa e apaixonada virou tudo a seu favor. É preciso ter uma grande alma como equipa para passar de 0-2 a 3-2 em espaço tão reduzido de tempo e os turcos provaram que têm um coração enorme e nunca se dão por vencidos! Nihat esteve em grande e Cech cometeu um erro crasso no lance do 2-2 num momento decisivo não admissível para um guardião da sua categoria... é por estas que é apenas o 2º melhor do mundo...

No Grupo B a Croácia manteve a boa toada demonstrada com a Alemanha e bateu facilmente a Polónia fazendo o pleno de 3 triunfos. Mesmo jogando com muitos reservas os croatas dominaram uma insípida Polónia e são agora favoritos nos 1/4 de final contra a Turquia.
A Alemanha voltou a jogar pouco contra a Áustria e venceu graças a um míssil de Ballack na cobrança de um livre directo. As perspectivas não são animadoras já que a seguir vem Portugal, os centrais alemães são muito lentos e limitados tecnicamente, o meio campo dá muito espaço ao adversário, tudo factores que Portugal poderá aproveitar para cimentar o seu favoritismo.

A Roménia mostrou contra a Holanda todas as fragilidades ofensivas patenteadas nos dois primeiros jogos, ou seja, quando foi só para defender estiveram como peixe na água, agora que era estritamente necessário atacar e vencer foi muito mais complicado... Os laranjas igualmente com muitos substitutos de início foram superiores e venceram tranquilamente, mostrando ser um forte candidato ao título.
É certo que a lesão de Ribery e o penalty cometido por Abidal e consequente expulsão deram toda a vantagem à Itália, mas a verdade é que a França demonstrou muito pouco e foi justamente afastada da prova. Um Luca Toni normal teria humilhado a França, o panzer está irreconhecível na concretização e penso, sem exageros, que já terá desperdiçado uma boa dezena de lances de golo neste Euro... Pode ser que marque contra a Espanha...

Zhirkov, Arshavin e Pavlyuchenko. Fixem estes nomes, são eles os grandes responsáveis pela recuperação russa e apuramento para os 1/4 de final e podem colocar muitos problemas à Holanda. Estiveram em grande destaque na vitória por 2-0 contra a Suécia, Zhirkov lateral esquerdo de grande profundidade ofensiva, rápido e objectivo, Arshavin, o número 10, médio completo e talentoso, e Pavlyuchenko, avançado móvel e incisivo, de grande categoria. A Suécia com Ibrahimovic preso por arames foi impotente para travar os comandados de Hiddink, novamente com enorme sucesso à frente de selecções.
A Grécia volta para casa com 3 derrotas na bagagem e não volta a repetir o milagre de 2004 como admitiu o próprio Rehhagel. A Espanha termina bem a primeira fase e vai agora defrontar a Itália, confronto explosivo, normalmente de má fortuna para os nuestros hermanos...

Quartos de Final:
Portugal vs Alemanha
Croácia vs Turquia
Holanda vs Rússia
Espanha vs Itália

sábado, junho 14, 2008

'Azzurra' melhor, mas não o suficiente

A Itália melhorou bastante em relação ao primeiro jogo, embora não o suficiente para levar de vencida a Roménia. Donadoni apresentou um esquema próximo de um 4*4*2 com Panucci e Chiellini como centrais, Zambrotta e Grosso nas faixas, De Rossi e Pirlo centrocampistas, Camoranesi e Perrotta nas alas e na frente Del Piero junto de Toni. As alterações surtiram efeito já que a Itália dominou quase toda a partida, teve inúmeras chances de golo valendo a tarde inspirada do guarda-redes romeno Lobont, a infelicidade de Del Piero e Toni na finalização e o árbitro que anulou um golo limpo a Toni por suposto fora de jogo.
Razões de queixa tem também a Itália no penalty assinalado já que me parece não existir rigorosamente nada entre Panucci e Mutu, felizmente Buffon mostrou porque é o melhor guarda-redes do mundo efectuando uma defesa fantástica deixando Mutu em completo estado de choque e mantendo a Itália no Euro 2008...
Desde 2006, altura em que Zambrotta deixou a Juve e assinou pelo Barça, deu-me a ideia que o seu futebol foi perdendo fulgor e qualidade e que continua a ser opção na azzurra devido à falta de opções válidas para o lugar. A fífia monumental que cometeu dando origem ao golo de Mutu é inacreditável para aquele que já considerei o melhor lateral/ala do mundo...
A qualificação parece muito difícil, os azzurri já não dependem só de si, têm que vencer a França e esperar que a Roménia não vença a Holanda...

Penso que a cotação da Holanda está a ser sobrevalorizada pela imprensa e comentadores. Não tirando mérito aos seus fantásticos resultados e futebol apresentado frente aos dois finalistas do último Mundial, acho que têm sido bafejados por uma dose importante de sorte nos momentos chave das partidas.
Quem viu com atenção o França-Holanda viu certamente uns gauleses pressionantes que dominaram a maior parte do encontro, sofrendo um golo no primeiro remate holandês e os restantes em lances de puro contra ataque. Um Henry ao nível habitual teria concretizado facilmente o lance em que aparece isolado frente a Van der Sar e empatado a partida, e a partir daí tudo seria diferente...
O que importa é mesmo a realidade e a Holanda está nos 1/4 de final onde irá defrontar o 2º classificado do Grupo D, enquanto que Itália e França estão numa situação muito periclitante...

sexta-feira, junho 13, 2008

Porreira a Irlanda pá!

O tratado de Lisboa acabou! O povo irlandês votou NÃO e enviou para o caixote do lixo da história um tratado que era uma autêntica banhada política já que tentava ressuscitar a constituição europeia que os povos de França e Holanda haviam rejeitado também em referendo.
Este resultado é uma importante derrota imposta pelo povo irlandês aos avanços do neoliberalismo, do federalismo e do militarismo que os líderes das principais potências europeias e dos grandes grupos económicos teimam em prosseguir!
É possível uma outra Europa, mais empenhada na justiça social, no respeito pelo princípio de Estados soberanos e iguais em direitos, no desenvolvimento e progresso social e na paz! Foi isso que os irlandeses hoje disseram aos senhores da Europa! Obrigado povo irlandês!
Sócrates depois de prometer referendo na campanha eleitoral não o mandou realizar com medo de derrota! Não foi preciso e o seu 'Porreiro pá' ficará para sempre ironizado na história...

quinta-feira, junho 12, 2008

Croácia surpreende favorita Alemanha!

A Croácia começou o Euro 2008 com uma vitória algo insossa sobre a Áustria já que a exibição deixou muito a desejar. Pelo contrário, a Alemanha exibiu-se a grande nível frente à Polónia mostrando um futebol vistoso, dinâmico, jogado a toda a largura do terreno contando com um desdobramento colectivo de grande plenitude. Estavam assim lançados os dados para o grande encontro do Grupo B. Poucos esperariam uma Croácia transfigurada para muito melhor e que conseguiu vencer de forma categórica a Alemanha por 2-1 e assegurar o primeiro lugar do grupo. Bilic optou pelo reforço do meio campo com a inclusão do jovem talento Rakitic em detrimento do atacante Petric e a opção revelar-se-ia acertada já que a intermediária croata realizou uma bela partida, em especial Modric. Low manteve o 4*4*2 com Podolski solto na esquerda e seria novamente o jovem avançado a fazer o golo dos germânicos.
No outro jogo do grupo defrontaram-se aquelas que são muito provavelmente as duas equipas mais fracas deste Euro. A Áustria já era esperado, apesar disso, tem-me surpreendido pela positiva porque estava à espera de muito menor qualidade. Tem-se mostrado uma equipa aguerrida, lutadora e que não desiste de lutar por um resultado positivo. Contra a Croácia não alcançou o empate por manifesta falta de sorte e agora contra a Polónia novamente algum azar e lacunas graves na finalização pareciam indicar nova derrota tangencial. Mas, o defesa Wasilewski resolveu dar uma ajuda aos austríacos e cometeu um penalty totalmente escusado nos descontos, aproveitando Vastic para colocar justiça no marcador.
Sendo assim Polónia e Áustria continuam na corrida pelo 2º lugar do Grupo B, mas alguém acredita que deixará de ser a Alemanha a qualificar-se?
No pântano de Basileia, a Turquia conseguiu uma reviravolta muito sofrida sobre a Suiça consumada nos instantes finais e mantém intactas as aspirações de prosseguir em prova. Quanto aos helvéticos estão já arrumados e o jogo contra Portugal será apenas para cumprir calendário. Também no domingo o jogo entre turcos e checos pode-se considerar como sendo uma espécie de 1/8 de final já que as duas equipas estão empatadas em número de pontos e golos, logo se no final do tempo regulamentar prevalecer uma igualdade será marcada uma série de grandes penalidades para decidir o 2º classificado do Grupo A e que irá defrontar a Croácia na fase seguinte.