
O individualismo e a sobrevalorização
Nani é um caso desconcertante, autêntica nulidade, em especial na partida frente à Suécia. Agarra-se em demasia à bola, os seus lances passam quase sempre pelo recurso ao drible e invariavelmente acaba por ser desarmado cortando inúmeros lances de ataque. Quaresma também entrou pelo mesmo esquema na Suécia, mas salvou a pele ao arrancar algumas boas jogadas e cruzamentos nos minutos finais contra os albaneses.
Caso paradigmático de sobrevalorização é o de Raul Meireles, realizou 180 minutos deprimentes nesta dupla jornada, completamente desastrado no capítulo do passe frente a Suécia e ontem nem se deu por ele em campo tal a frouxidão da sua exibição. Não consigo perceber como é que Queiroz escala um jogador com esta (falta de) qualidade e pior que isso, mantêm-no integralmente em campo. Para mim tais actuações não são surpresa já que nos jogos grandes e na selecção nunca rende nada, sou da opinião que só joga bem frente a adversários modestos tipo Paços de Ferreira ou Rio Ave...
Saudades de Pauleta...

É caso para dizer: que saudades de Pauleta! Era nestes encontros contra equipas mais frágeis que o açoriano marcava sempre pelo menos um golo, sendo por isso completamente decisivo nas nossas fases de qualificação...
Os equívocos de Queiroz
Se a colocação de Meira e Hugo Almeida frente à Suécia se revelou extremamente acertada devido ao fortíssimo jogo aéreo dos suecos, a equipa escolhida por Queiroz para defrontar os albaneses esteve longe de ser a melhor. Não entendo qual foi o objectivo de colocar três centrocampistas de características semelhantes, que ocupam os mesmos espaços e muitas das vezes tornaram ainda mais confuso e lento o nosso jogo.

Com a expulsão de um jogador albanês pouco antes do intervalo, Queiroz tinha como obrigação colocar de imediato Nuno Gomes em campo para criar superioridade numérica na defesa adversária. É totalmente incompreensível tê-lo colocado em campo a pouco mais de 10 minutos do fim, ainda a tempo de oferecer de bandeja o golo a Nani, que na cara do guarda-redes e com este já no chão, rematou contra o seu corpo...
Ausências de peso
Com o abandono de Figo após o Mundial 2006 a selecção perdeu a última grande referência da geração de ouro e líder. Desde aí é notória alguma falta de liderança dentro de campo. Curiosamente, os jogadores com maior perfil de líder estiveram ausentes deste jogo devido a lesão, Ricardo Carvalho, Maniche, Deco e Simão. Em termos puramente técnicos se a ausência do central não foi notada graças às excelentes actuações de Pepe e à eficácia de Bruno Alves, as dos restantes três atletas foi bastante sentida. Maniche, Deco e Simão são jogadores extremamente experientes, começaram em grande nível esta temporada e as suas baixas enfranqueceram e de que maneira o meio campo luso...
As contas...

Afigura-se assim muito complicado o trabalho de Queiroz, que por certo já se terá pelo menos questionado se não teria sido melhor ter ficado em Manchester em vez de ter vindo treinar primadonna's e meninos mimados...
3 comentários:
Xiii, JP, vejo que pelo visto a situação de Portugal está crítica. Desejo boa sorte os próximos jogos.
Abraços e ótimo fim de semana
JP,
É possível dizer que o trabalho de Queiroz vem se mostrando inferior ao de Scolari?
Abraços
Cyntia, muito obrigado, mas vai ser preciso muito mais do que apenas sorte, vão ser 6 autênticas finais...
Michel, analisando somente os resultados é com toda a lógica que respondo afirmativamente à tua questão, embora pense que a grande culpa destes maus resultados caibam na sua essência aos jogadores... Afinal, Queiroz não mudou o esquema táctico nem o lote de atletas seleccionados, a atitude dos jogadores é que está pouco humilde, pouco solidária e pouca vontade em dar tudo pelo seu país...
Abraços
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