sexta-feira, setembro 04, 2009

Não estará na altura de mudar?


A decisão da administração da Media Capital em suspender o Jornal Nacional da TVI revela um profundo acto de censura, que visa calar uma voz tremendamente incómoda para o PS e José Sócrates. É certo e sabido que a emissão conduzida por Manuela Moura Guedes nas noites de sexta-feira evidenciava uma parcialidade gritante numa total contradição com os códigos deontológicos e éticos do Jornalismo, embora isso não justique de maneira nenhuma a suspensão do noticiário, ainda para mais a apenas três semanas das eleições Legislativas.
No mínimo curiosa a reacção de Aguiar Branco e Paulo Portas, acusando o PS de mover influências para suspender o referido programa. Antigos ministros do Governo de Durão Barroso, devem ter-se esquecido da maneira como Marcelo Rebelo de Sousa foi afastado da TVI em 2004, devido aos seus comentários incómodos para com o executivo.
Pela enésima vez confirma-se que PS, PSD e CDS são exactamente iguais. Não estará na altura de mudar de governantes? Já chega de rosas murchas, laranjas podres e portas escancaradas!...

O debate de ontem à noite na SIC entre Jerónimo e Louçã pode-se definir como o debate da convergência entre duas forças de Esquerda, que avançam separadas, rumo ao mesmo caminho. A convergência de ideias e opiniões foi tal que pode-se mesmo falar em quase coincidência de posições sobre todas as matérias discutidas, tudo isto num registo de serenidade que faz falta à Política e dá gosto ouvir.
Afastada peremptoriamente por ambos a rivalidade entre os partidos que lideram, afinal estão do mesmo lado da barricada, a luta é contra as políticas de Direita praticadas pelo Governo do PS, não estará na altura de PCP e BE esquecerem as pequenas e velhas desavenças entre militantes e simpatizantes do tipo "eu sou mais de Esquerda do que tu", cerrarem fileiras, organizarem-se, coligarem-se e provarem ao povo português que podem ser uma real alternativa de governação?

"Temos de irritar Cristiano Ronaldo desde início, dar-lhe pancadas e derrubá-lo algumas vezes." As declarações do defesa central dinamarquês Simon Kjaer são completamente ridículas, de incentivamento à violência e reveladoras da falta de bom senso, para não dizer de inteligência, que alguns futebolistas demonstram nas conferências de imprensa.
Se bem me recordo, há cerca de 2 anos, um chico-esperto de nome Stijnen, guarda-redes da Bélgica, declarou que após 2 minutos de jogo já Cristiano Ronaldo estaria fora do relvado, depois de ter sido positivamente massacrado por entradas à margem da lei efectuadas pelos seus companheiros.
A verdade é que Cristiano Ronaldo adora estas provocações e contra os belgas respondeu com 2 golos, numa estrondosa goleada lusa por quatro bolas a zero. Não estará na altura da generalidade dos jogadores de futebol falarem qualquer coisa inteligente ou caso não consigam permanecerem calados?

Se o seu compatriota e colega de selecção Kjaer não esteve feliz no que afirmou, o capitão Tomasson mostrou um humor e ironia refinados ao dizer que Portugal, sem um verdadeiro ponta de lança foi ao Brasil comprar um, complementando a ideia ao afirmar que no futebol dinamarquês e escandinavo não se naturalizam jogadores.
Não discuto a veracidade da afirmação relativamente ao Futebol, embora tenha algumas dúvidas em relação a alguns jogadores suecos e lembro que o actual recordista mundial dos 800 metros no Atletismo, Wilson Kipketer, é queniano de nascimento, posteriormente naturalizado dinamarquês...
Não entrando em discussão sobre a qualidade de Liedson, Pepe e Deco, a verdade é que a selecção portuguesa surge cada vez mais descaracterizada, podendo referir-se à mesma como uma espécie de Brasil B. Não estará na altura de mudar as mentalidades e voltar a apostar na formação do jovem jogador português, tal e qual como aconteceu a partir de metade da década de 80 e com resultados tão positivos como é inteiramente reconhecido por todos?

2 comentários:

Michel Costa disse...

Tem toda razão, JP. A seleção portuguesa não precisa importar esses talentos. Afinal, a última grande geração lusitana era composta por atletas do país. Uma nação que produz atletas do naipe de Paulo Futre, Figo, Rui Costa e Cristiano Ronaldo não precisa importar talento e sim investir no material humano que já possui.
No entanto, vale lembrar que o trabalho desenvolvido por Queiroz com essa atual geração é no mínimo questionável, não acha?

Abraços.

João Caniço disse...

Sem dúvida, Michel, o trabalho de Queiroz está a ser um completo rol de equívocos. Ainda hoje, na Dinamarca, depois de 34 remates e cerca de 10 chances claríssimas de golo desperdiçadas vem falar em penalties não assinalados durante a fase de qualificação em vez de se concentrar no essencial e óbvio, a terrível ineficácia finalizadora lusa...
Ainda que concordasse com a chamada de Liedson, não é mais que uma solução pontual, visto que o avançado está quase com 32 anos de idade...
Abraços e boa sorte para o 'derby' sul-americano, acabo de ver o primeiro da noite, excelente cabeçada do Luisão!