terça-feira, junho 22, 2010

Mundial: dia 12


O jogo: Grécia 0 - 2 Argentina
Os gregos não dependiam de si próprios para seguir em frente, embora uma potencial vitória lhes pudesse garantir a qualificação, caso a Coreia do Sul não derrotasse a Nigéria, situação que viria a acontecer. Apesar disso, Rehhagel manteve a postura tremendamente defensiva que caracteriza a selecção helénica, à qual acrescentou ainda a marcação homem a homem e a todo o campo de Papastathopoulos a Messi, algo absolutamente incrível numa fase final de um Mundial em pleno século XXI... Samaras foi a única aposta ofensiva, na esperança de um milagre que apenas em uma ocasião esteve prestes a acontecer, num erro - mais um - de Demichelis, que teima em não garantir a segurança defensiva necessária a um candidato ao título.
A selecção alviceleste dominou intensamente de início ao fim, pecando o resultado apenas por escasso. Perante tamanha superioridade, créditos para Maradona que acertou na muche ao poupar sete titulares.
Esta Argentina pratica um futebol positivo, de olhos postos na baliza contrária e é claramente um forte candidato ao ceptro mundial. No entanto, o seu sector defensivo ainda não foi realmente colocado à prova e é aí que muito provavelmente estarão as debilidades do seleccionado alviceleste.

O herói: Messi
Se o frasco de ketchup de Cristiano Ronaldo já estoirou, o do baixinho argentino teima em não rebentar, não obstante as óptimas actuações do número 10 da alviceleste. Jogando ligeiramente mais recuado do que no seu clube, Messi tem exibido todas as qualidades que o notabilizaram, nomeadamente no capítulo do passe e do drible, tendo-lhe faltado apenas um pouco de sorte na finalização. Prestes a completar 23 anos de idade, tornou-se o jogador mais jovem de sempre a capitanear a selecção argentina.

O vilão: Domenech
Como se não bastassem os péssimos resultados alcançados pela selecção gaulesa e as inúmeras convulsões no seio da equipa onde se destacam a expulsão de Anelka e a retirada da braçadeira de capitão a Evra, o inefável treinador fechou com chave de ouro a sua passagem pelo comando técnico de França ao recusar cumprimentar o seleccionador da África do Sul, Carlos Alberto Parreira, no final da partida. Um gesto bem à sua medida, absolutamente lamentável. Domenech é uma verdadeira besta e não fará falta ao futebol.

5 comentários:

Michel Costa disse...

Olá JP,

Sobre Messi, não tenho gostado de como Maradona tem escalado o jogador do Barcelona.
Messi é atacante! Não um trequartista. Longe do gol, ele até consegue alguns dribles e, por vezes, acelerar com a bola dominada, mas não consegue ser tão decisivo.
Para mim, quando ele pegar volantes mais pesados como os do Brasil, pode acabar engolido pela marcação.
Vale lembrar que se a Argentina passar do México deve pegar Alemanha ou Inglaterra.
A Copa tá esquentando...

Abraços.

João Caniço disse...

Michel, tenho uma leitura algo diferente sobre o novo posicionamento de Messi em campo. O próprio Guardiola já o tinha usado várias vezes mais sobre a zona central e com bons resultados, visto que Messi aparece mais vezes na zona de finalização, marcando mais golos. Maradona opta por colocá-lo um pouco mais recuado e poderá estar aí uma das explicações para o facto de ainda não ter marcado neste Mundial, embora acredite que quando começarem os jogos mais complicados, o treinador argentino retire Tevez, reforce o meio-campo e faça avançar Messi para junto de Higuain.
O sorteio tem coisas curiosas. Se num dos topos temos Argentina, Alemanha e Inglaterra, noutro surgem Uruguai, Coreia do Sul, EUA e Gana. Um entre estes quatro últimos será semi-finalista, algo que não deixará de ser uma grande surpresa. Eu aponto para o Uruguai..
Abraços

Michel Costa disse...

Sim, JP
Guardiola tirou Messi da ponta direita e o trouxe mais para dentro. Só que é uma função bem diferente da Argentina. No Barça, Ibra fica preso entre os zagueiros com o argentino flutuando como segundo atacante. Os armadores continuam sendo Iniesta e Xavi.
Na Albiceleste, ele tem jogado atrás de Tévez e Higuaín, armando jogadas para eles. Neste posicionamento ele fica de frente para os volantes rivais.
Posso estar enganado, mas não vejo essa como a melhor escolha de Maradona.

Abraços.

Michel Costa disse...

Sobre as combinações das oitavas, concordo com o desequilíbrio. No entanto, em tese, as vagas dos EUA e do Uruguai deveriam ser de Inglaterra e França, o que deixaria tudo bem equilibrado.
Mas, quem contaria com a campanha irregular do English Team e o vexame dos Bleus?

Abraços.

João Caniço disse...

Com certeza, Michel, eu referi isso no comentário anterior, tal como também acredito que nos 'jogos a doer' Maradona opte por fazer avançar Messi para junto de Higuain, retirando Tevez e colocando mais um centrocampista, provavelmente Maxi Rodriguez aberto sobre a direita. É certo que a Grécia não é grande comparação, mas apresentou uma linha defensiva extremamente cerrada e Messi desembaraçou-se bastante bem, sem esquecer a marcação homem a homem promovida por Papastathopoulos.
É verdade. A própria Itália tem boas chances de terminar em 2º lugar o que dará o confronto com a Holanda e leitura semelhante poderá fazer-se com a Espanha em relação ao Brasil. É por estas e por outras que nunca se podem fazer leituras antecipadas de um efectivo mapa dos oitavos-de-final, há sempre surpresas.
Abraços