sábado, junho 26, 2010

O verdadeiro mapa de Portugal?


Não faço a mínima ideia de quem foi o artista que ilustrou esta pérola, mas desde já os meus sinceros parabéns pela tamanha originalidade e pelo humor requintado que me permitem seguir a mesma linha e propor a seguinte análise:


Começando na zona Sul temos então o britânico Allgarve, essa maravilhosa invenção de Manuel corninhos Pinho, região de onde é natural Pedaço de Asno, também conhecido por Génio das Banalidades e célebre pelo requinte com que degusta bolo-rei.

Na costa vicentina surge o germânico Allentejo enquanto que o restante território a sul do Tejo é ocupado por um imenso deserto, completamente inóspito, já que o seu único oásis, cameLino, mudou-se na passada semana para presidente do conselho fiscal das companhias de seguros do grupo da Caixa Geral de Depósitos. Tinha a ideia que o tipo, para além de exímio orador em francês, era um talentoso engenheiro civil, afinal é especialista em fiscalidade...

Na faixa litoral a Norte do Tejo temos efectivamente Portugal, a zona onde vive a maior parte da população e onde se concentra quase toda a riqueza produzida e consumida pelo país. Muitos afirmam que Portugal é Lisboa e Porto, o resto é paisagem. Segundo este mapa, não andam muito longe da realidade...

Depois, a negro, o interior Centro e Norte, região extensa em área, mas extremamente limitada em perspectivas de futuro condigno para os seus - cada vez menos - habitantes. Chamo a especial atenção para o quadrado rosa algures entre a Cova da Beira e a Serra da Estrela. É o epicentro do tumor que rapidamente alastrou a todo o país em década e meia de governação desastrosa, dividida por duas fases. A primeira, teve a paixão pela Saúde e Educação engolidas por um pântano monstruoso que serviu de trampolim para ir tratar de refugiados. Depois de um interregno liderado por um antigo maoísta - mestre de cerimónias dos senhores da guerra (e do petróleo), brilhantemente coadjuvado pelo portas dos submarinos - que não tardou a vestir o smoking sobre a tanga e zarpar rumo a Bruxelas, abrindo caminho para nova vaga do tumor rosa - esta, quiçá mortal - agora personificada no menino de ouro: o senhor ingenheiro do inglês técnico tirado ao domingo, do freeport, da sucata, da pt-tvi, dos projectos (não(!)) remunerados, do pec, do desemprego, do trabalho precário,...

Belo retrato, não?

2 comentários:

Anónimo disse...

Já fizeste o retrato todo, utilizaste todas as palavras correctíssimas, que mais posso dizer?
É mais um retrato perfeito do nosso País.
Resta-nos a esperança que um dia destes o Povo dê um murro na mesa, saia para a rua e vire tudo do avesso...deixa a fome apertar...
Bjs.

João Caniço disse...

Obrigado!
Esperemos que sim, que esse dia venha em breve...
Beijos