'I can't take my eyes off you'

Damien Rice 'The Blower's Daughter'

A (futura) estrela do Salto à Vara

Sou um grande fã do Salto à Vara desde os tempos do lendário Sergei Bubka e actualmente sigo com bastante interesse a carreira daquela que se pode considerar como a sua legítima sucessora, a russa Yelena Isinbayeva, que tem batido recordes mundiais em série tendo já passado dos 5 metros de altura. É inteiramente legítimo que se espere mais um recorde do mundo nos próximos Jogos Olímpicos por parte da russa.
Apesar de toda a expectativa criada para a prova em Pequim vai ser com muita pena que milhares de fãs não vão ver Allison Stokke a participar nas olimpíadas. A jovem norte-americana de 19 anos tem como recorde pessoal 4,14 metros e não conseguiu o apuramento para Pequim. Com apenas 15 anos bateu o recorde nacional dos EUA para a sua idade tornando-se famosa quando um site divulgou fotos da atleta a disputar os Campeonatos Escolares da Califórnia no ano passado. De quase desconhecida (numa altura em que o seu sonho passava apenas em competir nos Campeonatos do Mundo de júniores, que acabaria por não disputar por ter fracturado a tíbia durante um treino) passou a fulgurante estrela do ciberespaço com a sua página no Myspace inundada de milhares de mensagens, a busca com o seu nome no Yahoo chegou num dia só aos 310 mil e o vídeo com uma pequena entrevista no Youtube a juntar numa semana 150 mil visitantes, tendo actualmente já passado de 1 milhão...
Allison foi contratada para a equipa da Universidade de Berkeley tendo rejeitado outros convites e contratou um assessor de imprensa para gerir os pedidos de entrevistas e fotos e de vez em quando suplica: "Deixem-me em paz, eu só quero estudar e ser cada vez melhor como atleta..."
Oxalá que o seu desejo se concretize e que em 2012 tenhamos a oportunidade de a ver competir e deslumbrar nos Jogos Olímpicos de Londres...

O exemplo olímpico

Michael Johnson é considerado um dos melhores atletas de sempre. 9 vezes campeão mundial, 5 medalhas de ouro olímpicas e praticamente imbatível nos 400m na segunda metade da década de 90 comprovam a sua lenda.
A última medalha de ouro olímpica conquistada por Michael Johnson foi em Sidney 2000 na estafeta dos 4*400m onde fazia equipa com Alvin Harrison, Antonio Pettigrew e Calvin Harrison. Infelizmente para o desporto, Michael Johnson foi o único que correu limpo nessa competição já que Antonio Pettigrew confessou em Maio passado ter tomado hormonas de crescimento e EPO desde 1996, Calvin Harrison caiu nas malhas do doping em 2003 e foi suspenso por 2 anos enquanto Alvin Harrison confessou em 2004 ter tomado produtos proibidos aceitando uma suspensão de 4 anos.
Após saber da confissão de Pettigrew, Michael Johnson confessou sentir-se "enganado, atraiçoado e defraudado. Não ganhei esta medalha de forma legal, é algo que está sujo. Mudei a medalha do sítio onde estão todas as outras, porque percebi que não merece estar aí e já nem sequer me pertence. Não a quero mais!"
Nesta semana o COI (Comité Olímpico Internacional) decidiu retirar a medalha de ouro aos EUA na estafeta dos 4*400m em Sidney, embora a de Michael Johnson já estivesse na sua posse. Nestas últimas semanas raro é o dia em que não se ouvem nas notícias atletas de várias nacionalidades e modalidades a serem impedidos de participar em Pequim devido ao consumo de substâncias dopantes. Michael Johnson, tal como sempre fez na sua brilhante carreira, voltou a dar uma lição de desportivismo e fair-play a todos aqueles que teimam em falsear e enganar o verdadeiro espírito olímpico.
Recordo-me particularmente bem de Atlanta 1996, olimpíadas onde Michael Johnson se tornou o primeiro homem na história dos Jogos a conquistar a medalha de ouro nos 200 e 400m na mesma olimpíada. Admirava imenso o atleta pela sua postura extremamente cordial, simpática e desportiva na pista, e quem me conhece bem sabe o quanto é difícil eu reconhecer isso num norte-americano... Após mais esta atitude de verdadeiro campeão só me resta concluir dizendo que ele é o verdadeiro exemplo olímpico.

Brasileiros dominam mercado europeu

A cerca de um mês do final do mercado europeu de transferências constato que os jogadores oriundos da maior potência futebolística mundial, o Brasil, dominam claramente as operações quando comparados com os próprios jogadores europeus.

À parte da novela Cristiano Ronaldo, a mudança de Ronaldinho Gaúcho de Barcelona para Milão a troco de 21 milhões de euros, valor que mediante objectivos alcançados pode subir para 25, foi a que mais tinta fez correr no mês de Julho. Dinho, como é chamado em Itália, atingiu o topo ao conquistar a Champions em 2006 fruto em grande medida de prestações categóricas da sua parte. Depois de um Mundial mediano foram duas épocas sempre a descer de nível, envoltas em polémicas noitadas e lesões mal explicadas. Posto isto a saída de Camp Nou tornou-se inevitável e Ronaldinho tem aos 28 anos a grande oportunidade de relançar a carreira ao serviço do Milan. Uma boa participação nos Jogos Olímpicos também poderá ser importantes na motivação do talentoso jogador.

Continuando em Itália, os outros dois grandes do Calcio, Inter e Juventus, também apostaram fortemente na contratação de brasiliani. Mourinho garantiu o extremo Mancini à Roma enquanto Ranieri viu o seu fortíssimo ataque reforçado com aquele que poderá ser o novo avançado da squadra azzurra, Amauri.

Portugal é o país mundial que mais importa jogadores brasileiros e este Verão não foi excepção! O regresso de Rochemback ao Sporting depois de uma experiência falhada em Inglaterra é o principal destaque. O Benfica e FC Porto arriscaram muitos euros nas contratações de dois jovens praticamente desconhecidos por cá, os encarnados em Sidnei, defesa central internacional sub-20 e os azuis e brancos no avançado Hulk (será incrível?...). Ambos os negócios ficaram concluídos na ordem dos 5 milhões de euros, tendo o FC Porto comprado apenas metade do passe do ponta de lança que alinhava no futebol nipónico...

O Barcelona investiu 30 milhões de euros na contratação daquele que é muito provavelmente o melhor lateral direito da actualidade, Daniel Alves, que aos 25 anos depois de brilhar intensamente em Sevilha dá o salto para o gigante da Catalunha. Destaco ainda a contratação de Paulo Assunção pelo Atlético de Madrid, o trinco é um jogador de categoria, perfeito em termos tácticos e grande responsável pela excelente segurança defensiva e transição ofensiva que o FC Porto apresentou nos últimos anos. Pode ser o reforço que garanta equilíbrio ao meio campo colchonero e promova o tão desejado salto de qualidade rumo à luta pelo título espanhol.

Na Premiership, o Chelsea promoveu o ingresso de Scolari no comando técnico dos londrinos, aposta muito arriscada diga-se de passagem... É certo que Deco é internacional português, mas as suas origens e futebol têm tudo de brasileiro, poderá ser o toque de magia e talento que faltava a um meio campo excessivamente musculado... O Liverpool contratou ao Palmeiras o promissor guarda-redes Cavalieri para competir com o espanhol Reina pela titularidade.

Clones II

Depois do tremendo sucesso que foi o post Clones? neste blog em Fevereiro passado volto a postar um do mesmo género e curiosamente com os protagonistas a serem novamente um músico e um futebolista.

Desta vez os eleitos são o músico de R&B e soul norte-americano, John Legend e o extremo direito inglês do Liverpool, Jermaine Pennant.

Não são conhecidos qualquer grau de parentesco entre os dois, mas as semelhanças físicas são assinaláveis.
Agradeço à Tatiana que há algum tempo atrás me deu a pista para as semelhanças entre estes dois clones... ;)

Ausentes históricos

Os Jogos Olímpicos estão aí à porta e com eles muitas esperanças portuguesas na obtenção de bons resultados e medalhas. Seria injusto não lembrar quatro enormes atletas que honraram o nosso país nos últimos anos e que por vários motivos não conseguiram a qualificação para Pequim.

A campeã olímpica dos 10000 metros em Atlanta (1996), Fernanda Ribeiro, falhou por 7,5 segundos aquela que seria a sua sexta presença consecutiva em Jogos Olímpicos, algo que seria inédito no desporto nacional. Aos 39 anos poderá ter sido a sua despedida como atleta de alta competição... Apesar disso ficará para a história aquela última volta final em Atlanta, tudo parecia perdido, Fernanda trazia uma desvantagem de mais de 20 metros sobre a chinesa Wang Junxia, mas com uma garra tremenda e um querer inabalável recuperou, ultrapassando a adversária através de um sprint alucinante! Fernanda sagrava-se campeã olímpica, feito notável, só anteriormente alcançado por Carlos Lopes e Rosa Mota no desporto nacional.
No seu vasto palmarés destacam-se a medalha de bronze nos 10 mil metros nos JO de Sidney (2000), o recorde mundial dos 5 mil metros (1995) e vários títulos mundiais e europeus em 5 e 10 mil metros. Currículo brilhante da melhor atleta portuguesa de sempre.

Os dois grandes nomes do voleibol de praia luso, Miguel Maia e João Brenha também falharam por muito pouco a quarta presença consecutiva em Jogos Olímpicos. Depois de quartos lugares em Atlanta (1996) e Sidney (2000) e o 9º lugar em Atenas (2004) desta vez o objectivo passava somente por estar entre as 24 duplas qualificadas, mas a idade não perdoa e o 27º lugar no ranking actual não lhes permite o feito inédito de poderem vir a ser a única dupla a estar presente em todas as edições da competição em Jogos Olímpicos, foi pena...

Rui Silva, medalha de bronze nos 1500 metros em Atenas (2004) pagou com a ausência de Pequim uma época terrível marcada por inúmeras lesões e pouca competição ao mais alto nível o que o impediu decisivamente de conseguir o apuramento. Apesar disso Rui, antigo campeão mundial e europeu dos 1500 metros em pista coberta, tem 30 anos e decerto que poderá ainda sonhar com a presença e quem sabe por nova medalha daqui a 4 anos, ele que já afirmou querer passar a competir em provas de maior distância, provavelmente os 5 mil metros.

Bom regresso prof. Queiroz!

Desta vez Gilberto Madaíl não inventou nem cedeu a pressões de quaisquer espécie e contratou Carlos Queiroz para seleccionador nacional para os próximos 4 anos anunciando-o hoje na conferência de imprensa como "o regresso do filho pródigo."
Fico extremamente satisfeito com a escolha, Queiroz é o homem ideal para o cargo, culto, inovador nos aspectos tácticos e de treino, excelente relação com os jogadores, inúmeras qualidades que me levam a acreditar que é desta que podemos sonhar com um grande triunfo a nível internacional de selecções principais.
O pai da geração de ouro do futebol português, bicampeão mundial de sub-20, afirmou que o grande objectivo a curto prazo é obter bons resultados nos primeiros jogos de qualificação para o Mundial 2010 e até lá vai inteirar-se de todas as informações úteis que o poderão ajudar nesse objectivo, o que passa também por contactos com o seu antecessor, Scolari.
Como formador nato, Queiroz, vai por certo remodelar e colocar o seu cunho pessoal nas camadas jovens das selecções que têm passado por alguma crise nos últimos anos, como o sucessivo falhanço de apuramentos para fases finais e a estrondosa derrota de 7-0 sofrida contra a Espanha no escalão de sub 16 em Fevereiro passado.
Queiroz destacou a alegria e a emoção por estar de volta à selecção, declarando-se ainda satisfeito com o apoio da generalidade da imprensa e adeptos. Passados 15 anos da sua saída os objectivos de Portugal passam por muito mais do que simples presenças nas fases finais de Europeus e Mundiais, exige-se o céu e Queiroz parece pronto: "A excelência não é um acto. A excelência é uma rotina, um hábito. É nesse sentido que vamos trabalhar." Boa sorte professor!

Continuando no tema seleccionador não podia deixar de assinalar o regresso de Marcello Lippi ao comando da selecção italiana, dois anos após a conquista do ceptro mundial. Como profundo admirador de Lippi fico contente com o seu retorno ao activo na squadra azzurra embora continue a sonhar com o seu regresso ao banco da minha Juve, quem sabe em 2010...
Vicente Del Bosque é o sucessor de Aragonés na selecção de Espanha. Tal como com Portugal e Itália há a destacar o acerto na escolha, homem competente, humilde e aglutinador, destacou-se na liderança do Real Madrid onde venceu duas Champions (2000 e 2002) entre outros títulos.

Para fechar o tema Euro 2008 aqui fica o onze ideal da prova escolhida pelos leitores do Doce Ilusão: Casillas (ESP); Corluka (CRO), Kolodin (RUS), Chiellini (ITA) e Zhirkov (RUS); Iniesta (ESP), Senna (ESP), Arshavin (RUS) e Silva (ESP); Villa (ESP) e Pavlyuchenko (RUS).
Claro domínio de jogadores espanhóis e russos na equipa, apenas Corluka e Chiellini como intrusos.

Pelé 1 - 0 Blatter!

Confesso que não simpatizo muito com Pelé e muito menos com a generalidade das suas declarações, normalmente não passam de barbaridades ou disparates, mas desta vez levanto o meu chapéu e concordo plenamente com ele!
Quanto instado a comentar as estapafúrdias declarações do presidente da FIFA, Sepp Blatter, no âmbito do triângulo Cristiano Ronaldo-Man Utd-Real Madrid, Pelé declarou que: "Escravatura é trabalhar sem contrato ou sem ser pago. Se um trabalhador tem contrato, tem que o cumprir!" Pouco depois concluiu em específico sobre a situação de Ronaldo: "Depois de terminar o seu contrato, então será livre para ir para onde quiser."
Nem mais, estou completamente de acordo com esta opinião! Um jogador quando assina um contrato com um determinado clube deve estar ciente e ser responsável pelo que está a fazer, ora se Cristiano Ronaldo renovou não há muito tempo o seu vínculo com o clube inglês de livre e espontânea vontade, é um dos jogadores mais bem pagos a nível mundial e vem agora o excelentíssimo presidente da FIFA defender a sua transferência para o Real Madrid... será que vai receber comissão se a transferência for avante? Degradante no mínimo...
Só para terminar refiro que as leis contratuais de hoje são muito mais brandas devido ao surgimento da lei Bosman, lei Webster, etc. Antigamente um jogador tinha o seu passe na posse do clube que representava e este fazia o que bem entendia com ele. Eusébio teve propostas milionárias da Juventus e do Inter em meados dos anos 60 e o próprio Salazar não o deixou sair para Itália! Pelé, durante o auge da sua carreira actuou sempre no Santos, também nunca lhe permitiram deixar o Brasil... Depois deste parêntesis só para situar as situações em ambas as épocas acham que tem algum mínimo de lógica ou coerência falar-se em escravatura no caso de Cristiano Ronaldo?!?!?!

'Encore'

Associado ao título do meu último soneto e à mais recente escolha musical da minha amiga Cyntia em Psicologia de um Vencido, aqui fica um dueto fantástico protagonizado por Andrea Corr e Bono em Edimburgo, no Live 8, Julho de 2005:

The Corrs feat. Bono 'When the Stars go Blue'

'When the star goes in blue'

Quando a estrela vai de azul
brilha mais que uma princesa
inigualável de norte a sul
tamanha e intensa beleza

Com sorriso aveludado
olhar repleto de magia
penteado arrojado
tudo em perfeita sintonia

Donzela cintilante na pista
em flashes arrebatadores
doce ilusão surrealista

Apenas de olhar estou maravilhado
imagino como, ao vivo e a cores,
ficaria simplesmente hipnotizado...

Para a 'Doidita' =)