segunda-feira, maio 10, 2010

Os 'meus' 23... e os 24(?) de Queiroz


Quim (Beto)
Eduardo
Rui Patrício (Daniel Fernandes)
Miguel
Rúben Amorim (Paulo Ferreira)
Ricardo Carvalho
Pepe
Bruno Alves
Rolando
(Zé Castro)
Fábio Coentrão
Duda
Pedro Mendes
Miguel Veloso
Raul Meireles
Tiago
Carlos Martins (Ricardo Costa)
Deco
Simão
Nani
Cristiano Ronaldo
Liedson
Hugo Almeida
Nuno Gomes (Danny)

Entre parêntesis e a negrito as diferenças para a convocatória de Queiroz.

Muito sinceramente, as minhas expectativas para o anúncio dos eleitos de Queiroz eram bastante baixas, mas nunca pensei que conseguissem atingir um nível tão ruim! As incongruências do seleccionador nacional são tantas e de tão elevada ordem que nem sei por onde começar...

Principiemos então pelo número de convocados, 24, supostamente para atentar sobre a condição física de Pepe. Mesmo que o luso-brasileiro recupere e esteja apto para participar na competição, denotará certamente falta de ritmo, sendo sempre um elevado risco a sua inclusão no onze. Talvez por isso tenham sido chamados mais 5 defesas centrais, número completamente absurdo, mesmo sabendo que um deles deverá deixar a convocatória.

A posição de defesa central é uma das mais específicas do Futebol e entre outros aspectos determinantes, requer um forte entrosamento entre os jogadores que ocupem essa posição. Talvez por isso, Humberto Coelho no Euro'2000 e Scolari no Mundial'2006 apenas chamaram 3 jogadores para a posição, número que se viria a revelar mais que suficiente em ambas as campanhas. 4 é o número mais lógico, 5 é um exagero, mas se atendermos às características dos centrocampistas eleitos, onde apenas Deco apresenta inegáveis qualidades ofensivas, concluo que a táctica de Queiroz deverá passar pela retranca pura e dura seguindo muito provavelmente as linhas mestras do outro treinador português actualmente na berra...

Os nomes de Ricardo Costa e José Castro são surpresas totais. Quase ninguém apostaria na chamada dos dois centrais, ainda relativamente jovens, que passaram grande parte da temporada no banco de suplentes das respectivas equipas, sem esquecer que o primeiro foi sempre um jogador sobrevalorizado e pouco ou nada tem feito de relevante na sua carreira.

Ainda mais estranha é a chamada de Daniel Fernandes, guardião do modesto Iraklis da Grécia. Arrisco-me a afirmar que cerca de 95% dos adeptos de futebol em Portugal nunca tinham ouvido falar deste tipo. Pessoalmente, recordo-me de algumas das suas actuações na selecção de sub-21 e, para além da sua elevada estatura, pareceu-me um guarda-redes perfeitamente banal. O facto de Quim, campeão nacional e autor de excelente temporada, ter sido preterido em favor do grego deixa-me simplesmente perplexo...

A outra grande injustiça é a ausência de Rúben Amorim, jogador maduro, centrocampista completo e capaz de alinhar com grande desenvoltura na lateral direita onde é com toda a certeza muito superior ao rudimentar Paulo Ferreira, um tipo que, sempre sem jogar nada de especial, tem caído nas boas graças dos treinadores. Com um dos melhores empregos a nível mundial, visto que é pago principescamente para assistir aos jogos do Chelsea na tribuna VIP ou no banco de suplentes do Stamford Bridge, não consigo esquecer as suas actuações desastrosas no Euro'2008...

Finalmente, as ausências de Carlos Martins e Nuno Gomes - aliadas às dos citados Quim e Rubén Amorim, salvou-se Fábio Coentrão - sugerem-me um feroz anti-benfiquismo por parte de Queiroz, algo muito em voga ultimamente no país. O médio, reconhecido pela sua versatilidade e potência de remate, seria a única alternativa a Deco ao passo que o avançado, pela sua enorme experiência e características distintas relativamente às de Liedson e de Hugo Almeida seria sempre nome a considerar, embora Danny não deixe de ser um jogador interessante e acabe por perceber a lógica da sua chamada. Carlos Martins acabou por pagar a factura do 5º central, analogia que pode também ser feita a João Moutinho, embora aqui esteja de acordo com Queiroz já que o capitão do Sporting tem estagnado o seu jogo nos últimos tempos.

4 comentários:

Unknown disse...

JP,

Então e o Daniel Carriço?

João Caniço disse...

Daniel Carriço, Tonel, Fernando Meira, Nunes, Ricardo Rocha... qualquer um destes nomes era bem mais aceitável que o Ricardo Costa e o José Castro...

Unknown disse...

O luxo é seleccionar quem joga no estrangeiro.
"O que vem de fora é que é bom."

pffff

João Caniço disse...

É, Tati, para além disso destacaria o descarado benefício de um certo e determinado emblema declaradamente provinciano do Norte do país. O seu inefável presidente deve estar a precisar de exibir os seus medianos jogadores, de forma a poder garantir a venda de alguns deles.
Beijos