quarta-feira, novembro 11, 2009

Robert Enke (1977-2009)


Por vezes, pensamos que o profissional de futebol que actua num clube e/ou liga de topo vive numa redoma de vidro, tem os holofotes da fama virados para si, a conta bancária recheada e cuja vida é um perfeito mar de rosas.

Esquecemos que é um ser de carne e osso com problemas e frustrações, dramas pessoais e familiares que podem levar a uma terrível doença - que prova o quão frágil é a condição humana - a depressão.

Enke foi um guarda-redes de bom nível, digno herdeiro do lendário Preud'homme na baliza do Benfica, o que lhe valeu o salto para o Barcelona, onde não teve tempo nem oportunidades para singrar. Depois de uma passagem infeliz pelo futebol turco, regressou a terras germânicas, representando com grande afinco e qualidade o Hannover nas últimas temporadas.
Tinha boas hipóteses de ser o dono da baliza da nationalmannschaft no Mundial da África do Sul. Infelizmente, tal não vai acontecer...

Auf wiedersehen, ruhe in frieden...

4 comentários:

Filipe disse...

J.P.guardo boas recordações de Enke aquando da sua passagem pelo pelo clube da luz, destacando-se pelas suas capacidades atléticas, alguns furos acima da restante equipa, equipa essa banal, talvez fosse a razão principal para esse destaque.
Fiquei algo abalado (como todos nós penso eu)com o final tragico de um atleta que toda gente rotulava como um profissional exemplar a todos os niveis, mas ainda mais pelas razões que o levaram a este acto de desespero.
"Há vida para alem do futebol" mas neste caso foi madrasta para Robert que viu o seu "castelo" começar a ruir com a morte permatura da sua filha...nenhum pai deve ver o seu filho partir primeiro.
Até sempre Robert Enke.
Abraço. Fica bem.

João Caniço disse...

Filipe, revejo-me completamente nas tuas palavras. Não consigo imaginar a dor que sente um pai quando vê partir um filho, ainda para mais bebé...
Um forte abraço

Michel Costa disse...

O suicídio de Enke mostra que mesmo atletas famosos e ricos são tão humanos quanto eu e você. No entanto, além dos problemas pessoais que todos têm, esses atletas estão sob permanente pressão por resultados.
Pelo que andei lendo, o goleiro lutava contra a depressão já há algum tempo e era o tipo de pessoa que detestava falhar.
Como bem escreveu o comentarista brasileiro Paulo Calçade, até os 'super-heróis' têm seus momentos de humanidade...

Abraços

João Caniço disse...

Pois é, Michel, a depressão é uma terrível doença, que não exclui famosos e ricos, antes pelo contrário.
Enke tinha deixado um capital de simpatia e qualidade bastante elevado aqui por Portugal, depois da sua boa passagem pelo Benfica e esta tragédia está a levar a reflexões de várias ordens sobre como tal foi possível acontecer...
Abraços