domingo, fevereiro 07, 2010

Um país a bater no fundo


As últimas semanas, coincidentes com o novo ano de 2010, têm sido absolutamente negras para o país. Uma sucessão incrível de casos e polémicas que, juntamente com uma crescente agitação social, têm denegrido fortemente a imagem dos governantes e políticos da nossa praça.

Começou no arrastar das negociações para a aprovação do Orçamento de Estado. Naturalmente, o governo PS minoritário encostou-se à direita parlamentar, continuando a proteger de forma indecente a Banca e a Bolsa e os seus lucros obscenos em detrimento da classe trabalhadora e operária que é quem continua verdadeiramente a pagar a crise.
Entretanto, o desemprego continua a aumentar de forma assustadora (segundo dados oficiais está acima dos 10%), um relatório da OCDE coloca Portugal como o terceiro país mais desigual em termos de rendimentos entre os trinta que compõem a organização e o aumento do défice público começa a levar em consideração a hipótese da bancarrota, cenário cada vez mais admissível num país que produz pouco e exporta ainda menos...
Depois a autêntica tempestade num copo de água que foi a lei das Finanças Regionais, um finca-pé vergonhoso por uma autêntica ninharia.
Pelo meio, a estranha censura a Mário Crespo, um episódio de contornos rocambolescos e que faz lembrar a história do menino queixinhas. Para os indefectíveis de Sócrates, que teimavam em crer que os vários casos de supostas pressões a jornalistas eram apenas e tão só campanhas negras com o intuito de denegrir a imagem do PM, devem ter engolido em seco com a divulgação das escutas do processo Face Oculta, onde se confirma preto no branco a intenção de silenciar a voz incómoda da TVI.

Liberdade de expressão limitada, crise económica gravíssima e crise social quase explosiva. O cenário traçado é negro e pior que isso é não parecer existir solução à vista, pelo menos com estes medíocres governantes.

PS: e até no futebol - escape da nação - tem-se discutido acima de tudo os incidentes nos túneis da Luz e de Braga e as cenas de pugilato (Sá Pinto vs Liedson e Carlos Queiroz vs Jorge Baptista). O que acontece dentro das quatro linhas tem ficado para plano muito secundário...

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá João Pedro,fizeste o retrato riste do nosso País,concordo plenamente.O PM é mesmo um pulha, mas a situação até está a seu favor;o Presidente Cavaco sabe bem como acabar com estes jogos escuros mas está atado de pés e mãos,e depois há as eleições presidenciais,ele não pode dar uma má imagem,e assim temos que continuar com estes governantes de práticas desonestas e medíocres.O Povo aplaude porque está a receber subsídios,ficam na "caminha quentinhos" e o dnheiro mesmo pouco,está garantido todos os meses. Haja uma minoria que trabalhe e desconte para eles,que são vítimas do sistema. Rosário

Anónimo disse...

É mais triste saber que "Santana Lopes" foi afastado do governo e dissolvida a A.R. por quase nada comparado com Sócrates.Se fosse o contrário Santana Lopes já estaria migadinho aos bocadinhos, eu não sou PSD, mas temos que ser imparciais e é muito grave o que se está a passar no nosso País.Como dizia na 6ª. feira passada um jornalista da Sic Notícias,se é assim no jornalismo,como será nas Empresas grandes deste País? Precisa-se urgente de um 2º.Salgueiro Maia porque o abismo está mesmo debaixo dos nossos pés...Rosário

João Caniço disse...

É verdade, Rosário.
Santana Lopes por muito menos foi metido na rua. Cavaco só tinha era que ter os 'tomates' no sítio e demitir Sócrates.
Quanto ao facto do Povo aplaudir é provável que não mereça melhor, afinal Sócrates venceu novamente as eleições.
O que se precisava mesmo era de um 25 de Novembro! E que desta vez fosse mesmo avante!
Beijos