terça-feira, novembro 23, 2010

Greve Geral

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A velha social-democracia europeia saída do pós-guerra e assente no modelo de Estado Social está à beira do colapso devido à promiscuidade com o neoliberalismo e excesso de economia de mercado. A Terceira Via introduzida por Blair e seguida na sua essência pela esmagadora maioria dos governantes europeus de centro-esquerda revelou-se um tremendo fiasco, confundindo-se em demasia com as políticas neoliberais das forças de centro-direita.

Tudo isto está na origem da extinção das democracias burguesas ocidentais tal qual como a conhecíamos. Assistimos impávidos e serenos à ditadura dos mercados, que mandam e desmandam no poder político, que pouco ou nada faz para defender os direitos dos cidadãos que os elegeram, castigando-os com mais impostos e menores salários, sempre em nome dos mercados, essa entidade divina que não pode ser beliscada com a mínima medida progressista. Contudo, o Deus-Mercado esquece-se que ainda são os trabalhadores que produzem e fazem o mundo avançar.

Amanhã é dia de greve geral histórica em Portugal com as duas centrais sindicais unidas após 22 anos de divergências. Os portugueses terão a oportunidade de falar a sério quando dizem que estão fartos de pagar as crises que não provocaram. Nós, os jovens (a geração 500 euros, precária e desempregada) temos a hipótese de afirmar convictamente que o trabalho é um direito e não um privilégio. Fazemos greve porque queremos um futuro social e não neoliberal. Fazemos greve porque é a única resposta que podemos dar à sociedade quando os patrões e os governantes são as mesmas pessoas e só se beneficiam a si próprios. Fazemos greve porque somos portugueses e os nossos pais e avós lutaram pelo direito de mostrarmos o nosso descontentamento. Fazemos greve porque não temos medo de a fazer!

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