segunda-feira, setembro 05, 2011

Foi bonita a Festa, pá!

Espaço Central da Festa

XVIII Bienal de Artes Plásticas

Festa repleta de efemérides. A Festa celebrou a 35ª edição, enquanto que o jornal que dá nome à Festa completou 80 anos de publicação. O Partido festejou os 90 anos de vida, tendo-se assinalado ainda os 140 anos da Comuna de Paris,

o primeiro governo operário da história e

o centésimo aniversário dos escritores Manuel da Fonseca e Alves Redol.

O símbolo da aliança operário-camponesa

Homenagem a Malangatana, artista plástico moçambicano, falecido no passado mês de Janeiro

Em 1999 Malangatana ofereceu este gigantesco painel ao Partido. Doze anos depois voltou a estar exposto na Festa.

Todas as organizações regionais do Partido estiveram presentes na Festa, entre as quais Lisboa,

Setúbal,

Alentejo,

Porto,

Viana do Castelo (solidariedade para com os trabalhadores dos estaleiros navais) e

Beira Interior, onde encontrei malta da Covilhã.

"Socialismo 25 de Abril", o eléctrico da Festa

Debate sobre a Constituição da República com Odete Santos (antiga deputada), Jorge Cordeiro (Comissão Política do PCP), António Filipe (vice-presidente da Assembleia da República) e Bernardino Soares (líder parlamentar do PCP)

No Espaço Internacional da Festa estiveram presentes 47 partidos comunistas e progressistas um pouco de todo o mundo, entre os quais

o PC de Cuba,

o PC do Chile, onde para além das naturais referências ao presidente Salvador Allende se destaca a saudosa Gladys Marin,

Frente Popular de Libertação da Palestina, por uma Palestina livre e independente,

Partido dos Trabalhadores do Brasil

PC do Brasil

PC's de Itália (Rifondazione Comunista e Partito dei Comunisti Italiani),

PAICV de Cabo Verde, sempre com Amílcar Cabral em destaque, e

o PC da Alemanha.

Baía do Seixal

Pára-quedismo na Festa

Virgem Suta rebentaram com o Auditório 1º de Maio

A bonita e talentosa Mayra Andrade deslumbrou no Palco 25 de Abril

Praça 25 de Abril

Camarada Débora Santos da JCP

Camarada Jerónimo

Camarada Rafael

Concentradíssimo no Comício. Até pró ano, camaradas!

quarta-feira, agosto 31, 2011

os vampiros



abram alas, deixem passar
vem aí o infame neoliberal
mundos e fundos ao povo urge cortar
em submissão ao patrão neandertal

proletário amorim, pobre coitado
(e eu sou o pai natal)
com belmiro, ulrich e salgado
quem precisa de eixo do mal

desempregados, assalariados,
recibos verdes e afins
contentemo-nos com trocados
enquanto mamam ouro e marfins

mercados, invariavelmente nervosos
agências de rating, distorcem e aldrabam
são os vampiros, sequiosos
sempre a ver se nos encavam


José Afonso "os vampiros"
29 de Janeiro de 1983, ao vivo no Coliseu

sábado, agosto 20, 2011

À beira do sonho. Quem diria?

Nuno Reis, capitão e líder da selecção nacional sub-20
Verdadeiramente impressionante a maturidade táctica da jovem equipa portuguesa, acrescida de um espírito de combate absolutamente notáveis! Não é normal ver-se uma formação dos escalões de formação abdicar da irreverência própria da idade em detrimento de um sentido defensivo e colectivo dignos dos maiores elogios. Chegar à final de uma competição mundial após disputar 6 jogos (mais um prolongamento) sem sofrer qualquer golo deve ser caso inédito.


Como acérrimo defensor do futebol de formação comecei a acompanhar o Mundial de sub-20 mais por descargo de consciência do que com esperanças de um bom desempenho por parte da selecção nacional. A medíocre participação no recente Torneio de Toulon não parecia augurar grande futuro na prova, mas depois de não ter conseguido assistir ao nulo na estreia com o Uruguai, socorri-me do site oficial da FIFA para assistir aos restantes desafios da primeira fase, Camarões e Nova Zelândia, vitórias com golos solitários e actuações bastante seguras.


A passagem à segunda fase garantiu a transmissão do jogo com a frágil Guatemala por parte da RTP. Lamentável a atitude da televisão pública, que antes de ser privatizada, parece que já o é... O magro 1-0 e exibição sofrível pareciam condenar os jovens lusos relativamente ao poderoso rival seguinte, a Argentina, seis vezes campeã mundial. Assistiu-se a uma verdadeira batalha táctica, apenas decidida nas grandes penalidades, onde o travessão e duas grandes paradas de Mika garantiram a passagem à semi-final.


Contra a França, Portugal manteve a postura, a coragem e a enorme cultura táctica de toda a competição. Longe de apresentar um futebol deslumbrante, com incomparavelmente mais transpiração do que inspiração, abriam-se as portas da final. O adversário é o sempre fortíssimo Brasil, distante da histórica exuberância técnica, cada vez mais europeizado nos seus padrões de jogo. Para quem quiser conhecer em detalhe o oponente de mais logo é só clicar aqui e ler o magnífico texto do amigo Michel Costa


O futebol é um desporto colectivo e como tal deve-se sempre destacar a qualidade conjunta de uma equipa e não a soma das suas individualidades. A selecção portuguesa de sub-20 é um paradigma disto mesmo, vale como um todo, embora me pareça justíssimo realçar os desempenhos de alguns dos seus jogadores. Ao contrário de há 20 anos não existem Figos, Peixes, Rui Costas ou João Pintos, mas pontificam jovens talentosos e abnegados com bastante potencial.


É no mínimo estranho que o Sporting tenha passado grande parte do mercado de transferências em busca de centrais quando tem nas suas fileiras um defesa da categoria de Nuno Reis, novamente emprestado ao modesto Cercle Brugge. Não me recordo de ver o capitão perder um único lance durante a competição. Sóbrio, concentrado e eficaz, tem sido a grande referência defensiva da equipa, bem acompanhado pelo competente lateral-direito Cedric e pelo seguríssimo guardião Mika. O ponta-de-lança Nélson Oliveira joga praticamente sozinho no ataque o que não o impede de ser um verdadeiro quebra-cabeças para as defensivas contrárias. Fortíssimo em todos os aspectos da posição 9 tem potencial para ser a breve prazo o avançado-centro da selecção principal. O pequenino extremo/avançado Caetano tem dado nas vistas com os seus dribles e mudanças de velocidade. As semelhanças físicas com João Pinto dão de imediato azo a comparações futebolísticas. E o que dizer da extraordinária capacidade física, táctica e organizativa dos médios defensivos Danilo e Pelé? Passa essencialmente por eles grande parte do equilíbrio da equipa. 


Não poderão ser catalogados como desilusões, mas esperava melhores desempenhos por parte dos médios organizadores Sérgio Oliveira e Júlio Alves, visto que a grande lacuna da formação portuguesa reside na falta de eficácia das transições defesa-ataque, obrigando à prática de um futebol directo e/ou de contra-ataque puro e duro.


Com o futebol português refém das jogadas de bastidores de obscuros empresários responsáveis directamente pela importação industrial de jogadores estrangeiros, com a falta de aposta dos principais clubes no jovem jogador nacional e com uma direcção da FPF inexistente é um verdadeiro milagre esta selecção estar na final do Mundial. Parabéns aos jovens jogadores e, em especial, ao treinador Ilídio Vale que, não só soube resistir a todas as críticas (a maior parte delas injusta), como conseguiu colocar miúdos de 19 e 20 anos a defenderem como os mais ilustres intérpretes do catenaccio

quinta-feira, julho 07, 2011

Lixo?



Por qualquer lado onde navegue na net só encontro furiosos anti-Moody's e agências de rating. Onde é que andava esta malta quando a comunicação social, fiel evangelizadora do Deus-Mercado Liberal, fazia passar a seguinte mensagem "as agências de rating tiveram aqueles percalços do Lehman Brothers e da Islândia, mas agora estão a trabalhar como deve ser". 

Afinal, os malandros das agências de rating estão a dar cabo disto, movidos por obscuros interesses que visam proteger o dólar. Pasme-se! Que descoberta! Mas é que, valha-nos o Deus do Capital, é isso que a Esquerda anda a repetir incessantemente há mais de um ano; é isso que um economista respeitado como Paul Krugman diz desde essa altura; foi por isso que, em Abril passado, um grupo de economistas portugueses entregou ao Procurador-Geral da República uma queixa contra as agências de rating, com vista à abertura de um inquérito pelo crime de manipulação do mercado. 

Foi preciso um "murro no estômago" para acordarem?

segunda-feira, junho 06, 2011

Pequenas vitórias

Apesar das indisfarçáveis tentativas de silenciamento, ostracização e até de sabotagem a CDU conseguiu subir  em percentagem e no número de mandatos
i) CDS não tem mais votos nem mais deputados que PCP, PEV e BE juntos;
O execrável Portas passou grande parte da campanha a afirmar que as eleições seriam disputadas a três, rematada pela ambição de ter mais votos e mais deputados que toda a Esquerda, numa das suas enésimas incongruências. Contados os votos, CDU e BE juntos, alcançaram mais cerca de 77 mil votos que o CDS, enquanto que o número de deputados é exactamente o mesmo: 24.

ii) PCP, PEV e BE somam 24 deputados, mais 1 que o mínimo necessário para enviar directamente para apreciação do Tribunal Constitucional projectos que considerem estar nas franjas da lei nacional;
O Parlamento - por onde as medidas das troikas terão de passar - será um dos focos de resistência e convergência das forças de Esquerda, nomeadamente através da premissa dos dez por cento de deputados, isto é, 23.

iii) António Filipe reeleito pelo círculo eleitoral de Santarém;
Os partidos não ganham eleições. O povo ganha representantes. É nisto que acredito e é por isso que eu voto. Sendo assim saúdo efusivamente o deputado António Filipe pela sua reeleição, plenamente convicto que me irá continuar a representar condignamente na Assembleia da República e a lutar em prol da melhoria das condições de vida das populações do distrito tal como o fez na anterior legislatura.

iv) 20 anos depois o PCP volta a eleger um deputado no círculo eleitoral de Faro;
O asqueroso MST afirmou, durante a noite eleitoral de ontem, que a CDU tinha efectivamente elegido mais um deputado, mas na secretaria, ou seja, graças ao alargamento eleitoral ocorrido em Faro. Nada mais falso. Sim, é certo que Faro passou a eleger nove deputados, mais um relativamente a 2009, mas também é fácil visualizar os resultados no distrito algarvio e constatar que o último deputado eleito é o do BE. Nem sequer é preciso recorrer ao método d' Hondt para chegar a esta conclusão, mas também não se pode pedir muito mais a um individuo que ganha a vida a plagiar livros e a verborrear sobre tudo e todos.

v) A LUTA CONTINUA.

quinta-feira, abril 07, 2011

Desequilíbrio estranho

Caso único. O duelo inglês promete muita emoção em Old Trafford
A primeira mão dos quartos-de-final da Champions e da Liga Europa foi, no mínimo, surpreendente. Exceptuando a hecatombe do Inter em pleno San Siro, os vencedores das partidas foram os esperados, mas dificilmente se poderiam prever resultados tão desnivelados. Seis goleadas em oito jogos numa fase tão adiantada das competições é quase surreal e pouco visto nas últimas décadas do futebol europeu. 

Normalmente, a primeira mão de uma eliminatória europeia já próxima da final é caracterizada pela grande predisposição táctica, por amarras defensivas e pelos poucos golos. Esta situação só se verificou no duelo inglês entre Chelsea e Man Utd, e em Kiev, onde Dínamo e Sp. Braga lograram obter o único empate da rodada. Ao nível desportivo serão os confrontos a seguir com interesse na segunda mão, visto que as restantes disputas estarão praticamente decisivas, adivinhando-se um mero cumprir de calendário.

Os colossos espanhóis, Barcelona e Real Madrid, confirmaram o amplo favoritismo que lhes era reconhecido e cresce a expectativa para os confrontos que se avizinham em várias frentes, nomeadamente na final da Taça do Rei e na meia-final da Champions. FC Porto, Benfica e Villarreal assumiam-se como os principais candidatos à conquista da Liga Europa, mas não se esperavam tamanhas facilidades nesta fase da prova. A goleada mais surpreendente foi alcançada pelo Schalke 04 no terreno do (ainda) campeão europeu. A loucura táctica e desastre defensivo da formação de Leonardo são quase inexplicáveis para quem herdou na íntegra a squadra quase perfeita na arte de bem defender, sem esquecer que o emblema alemão - longe de ser uma equipa de top - realiza uma temporada perfeitamente modesta na Bundesliga.

Concluindo, foi uma jornada atípica, com 37 golos obtidos, o que dá a incrível média de 4,63 golos por jogo. Estarão os favoritos cada vez mais fortes ou terá sido apenas uma mera conjugação de circunstâncias? A resposta não é fácil, talvez na mesma fase da edição do próximo ano possamos esclarecer as dúvidas, visto que, não acredito que nas meias-finais situação idêntica possa vir a repetir-se.

sexta-feira, março 25, 2011

3 notas sobre a (des)organização estatutária do Sporting

Na véspera das eleições mais importantes da história do clube apresento uma tripla reflexão, fundamentada numa breve leitura e análise crítica aos estatutos do emblema verde e branco. 

1. Em pleno século XXI, no auge do desenvolvimento tecnológico e informático, parece-me simplesmente ridículo que um sócio apenas possa exercer o seu direito de voto no estádio de Alvalade em Lisboa. Onde estão os direitos do sócio de Freixo de Espada à Cinta ou de Vila Real de Santo António? Sendo o Sporting um clube com implantação nacional porque não se pode votar nos núcleos sportinguistas espalhados por todo o país e um pouco por esse mundo fora?

2. Com a concorrência de 5 candidaturas à direcção do clube é perfeitamente possível que o novo presidente do Sporting possa vir a ser eleito com apenas 25 ou 30% dos votos expressos. Terá legitimidade para comandar os destinos do clube? Com certeza que sim, mas parece-me que, nestes casos, uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados seria uma solução mais consentânea com a legitimidade democrática aplicada ao universo eleitoral em questão.

3. Sou a favor da regra 1 sócio = 1 voto. Parece-me que a atribuição de diferentes pesos eleitorais consoante o número de anos de sócio é uma medida elitista e conservadora, desprovida de qualquer vínculo democrático. Não se pode exigir que um tipo com 20 anos de idade tenha os mesmos anos de sócio que um com 80 anos. Naturalmente, esta medida coloca nas mãos do eleitorado mais velho e, por consequência, mais conservador, avesso a grandes mudanças, o peso maioritário da decisão eleitoral do clube.

sexta-feira, março 18, 2011

Citações de Saramago (Parte IX)


"A política do Governo no âmbito social não tem nada de socialista, nem com aquilo que um ideal ou prática socialista permitiria dizer está feito ou está a fazer-se. No que respeita ao pensamento económico, o Governo é estritamente neoliberal e isso não me pode agradar porque vejo que a situação social se vai degradando."

DN, 15 de Julho de 2007

domingo, março 06, 2011

90 anos

90 anos de luta pela Liberdade, pela Democracia e pelo Socialismo! Viva o Partido Comunista Português!
Tomar partido é irmos à raiz
do campo aceso da fraternidade
pois a razão dos pobres não se diz
mas conquista-se a golpes de vontade.

Cantaremos a força de um país
que pode ser a pátria da verdade
e a palavra mais alta que se diz
é a linda palavra liberdade.

Tomar partido é sermos como somos
é tirarmos de tudo quanto fomos
um exemplo um pássaro uma flor.

Tomar partido é ter inteligência
é sabermos em alma e consciência
que o Partido que temos é melhor.

Tomar Partido, Ary dos Santos

quinta-feira, março 03, 2011

Comparar a (in)coerência

Rui Pereira permanece agarrado ao tacho
Os serviços da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) erraram ao efectuar a inscrição de Sara Moreira nos Campeonatos da Europa de Pista Coberta, que se disputam este fim-de-semana em Paris, trocando a prova de 3000 m (onde a atleta é vice-campeã em título) pela de 1500 m. O lapso foi detectado apenas depois do fecho das inscrições, impossibilitando qualquer tentativa de reajuste. Apesar de não ter quaisquer responsabilidades directas no sucedido, o presidente da FPA, Fernando Mota, demitiu-se de imediato.

O Ministério da Administração Interna (MAI) tem sido protagonista de inúmeras trapalhadas. Recorde-se os patuscos casos dos blindados para a cimeira da NATO, a cedência de dados dos cidadãos portugueses para os EUA (que a própria Comissão Nacional de Protecção de Dados - e muito bem! - veio criticar), os radares ao  longo da costa marítima que não funcionam e, em especial, a tremenda barafunda registada nas eleições Presidenciais, onde muitos milhares de eleitores foram impedidos de exercer o seu direito de voto, sem esquecer os gritantes erros nos resultados oficiais, somente corrigidos recentemente em Diário da República.

Pois é, o rol de confusões é enorme. E o que faz o incompetente ministro Rui Pereira? Assobia para o ar, tentando passar incólume por entre os pingos de chuva. Demissão é palavra que não faz parte do seu reduzido vocabulário.