sábado, maio 30, 2009

Campeões anunciados: Inter (Parte II)


O Inter conquistou o 17º campeonato italiano da sua história, igualando o rival Milan, embora ainda bastante longe da Juventus, que detém 27 scudetti. Depois de 17 anos sem vencer a Série A, o Inter sagrou-se tetracampeão, afirmando-se como o emblema vencedor em Itália após o escândalo Calciocaos em 2006.

Apesar de Mancini ter vencido os últimos 3 campeonatos, o presidente Moratti afastou o técnico, apostando em Mourinho com a intenção clara de lutar pela conquista da Champions, objectivo que foge do Meazza há mais de 4 décadas.
O plantel foi praticamente o mesmo das temporadas passadas, registando-se apenas as contratações de Mancini, Quaresma e Muntari. Os extremos revelaram-se de imediato autênticos fiascos impedindo Mourinho de implementar os seus esquemas tácticos favoritos: 4*4*2 e 4*3*3, tendo que voltar ao 4*3*1*2 usado nos tempos de Mancini.

Apesar deste contratempo, Mourinho sabia perfeitamente que para vencer o Calcio teria que dotar a equipa de uma solidez defensiva assinalável. Com excepção das estrondosas derrotas em Bérgamo e Génova (esta para a Taça), o Inter foi sempre a formação mais regular e compacta, graças a um meio-campo de combate formado por Cambiasso, Zanetti, Muntari e Stankovic e a uma defesa de betão onde se destacavam o guardião Júlio César e o lateral Maicon. Na frente o extraordinário talento de Ibrahimovic ia resolvendo os problemas ofensivos.

O Inter beneficiou ainda de um início de campeonato desastroso da Roma e da tremenda irregularidade de Juventus e Milan, que alternaram fases de grande qualidade com prestações medíocres, para liderar a Serie A desde cedo, mantendo sempre uma margem confortável de distância pontual para os rivais.
Apesar de Mourinho ter tentado sacudir a água do capote, disparando em todas as direcções com o intuito de dividir as atenções centradas sobre a sua própria equipa, a verdade é que o Inter foi a equipa mais beneficiada pelas arbitragens. Facto indesmentível, mas longe de ser decisivo para a conquista do scudetto.

Exceptuando aquela célebre conferência de imprensa, Mourinho foi um autêntico oásis no deserto no Calcio 2008/09. Com discurso coerente e objectivo, técnicas inovadoras e postura de vencedor, o português é claramente a grande figura do futebol italiano do ano, não obstante o rotundo falhanço na Champions.
Para o ano, com maior liberdade em termos de formação do plantel, como já se comprovou nas contratações de Milito e Motta, Mourinho apostará tudo na Champions, não esquecendo o scudetto. O objectivo penta é por demais aliciante, a ser alcançado igualará um recorde da Juve que data de 1935(!) e manterá os rivais Milan e Juventus em constante discussão interna...

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