
Exibindo um futebol deslumbrante, harmonizando na perfeição muitas das componentes básicas do jogo tais como passe, dinâmica, pressing, técnica, velocidade, marcação e englobando em todas elas o colectivo, esse aspecto decisivo que normalmente distingue as equipas campeãs das outras e adjectiva o futebol do Barça como o melhor do planeta!
Apesar de todas as individualidades dos blaugrana, com especial destaque para o fantástico quinteto ofensivo formado por Xavi, Iniesta, Messi, Henry e Eto'o, dá gosto observar como todos os jogadores do Barça sem excepção sobrepõem o colectivo ao individual, jogando um futebol simples e apoiado, onde a bola está sempre a rodar quase mecanicamente entre eles, numa espécie de carrossel demolidor para o adversário, que passa grande parte do jogo apenas a cheirar a bola, como se costuma dizer na gíria...
Campeão inglês, europeu e mundial em título, o Man Utd era considerado como favorito à revalidação do ceptro europeu, em especial devido à fragilidade com que o Barça se apresentou na zona defensiva. Sem Marquez, Dani Alves e Abidal, Pep Guardiola foi obrigado a improvisar colocando o veterano Sylvinho na lateral esquerda e recuando Touré para o centro da defesa ao lado do ex red devil Piqué. Puyol regressou ao lugar original de defesa direito e Busquets foi aposta para médio defensivo.
Coerente, Ferguson, apresentou a mesma táctica que tão bons resultados deu na partida de Londres frente ao Arsenal, um declarado 4*3*3 com Ronaldo vagabundo na frente de ataque apoiado por Park e Rooney nas faixas e por Anderson nas suas costas.

Contudo, o futebol tem momentos absolutamente singulares onde o jogo dá a reviravolta completa. E assim foi, na primeira vez que o Barça se aproximou da baliza de Van der Sar, Iniesta efectuou uma transição veloz, descobriu Eto'o solto na meia-direita, endossou-lhe a bola para o camaronês trocar as voltas a Vidic e, apesar de apertado por Ferdinand, desferir um remate de bico, levando a bola a entrar na baliza entre o poste e o veterano guardião holandês!
Pode parecer um completo exagero, mas o jogo acabou aí tal a tamanha superioridade exibida pelo Barcelona no resto do desafio perante um Man Utd que passou do céu ao inferno em escassos segundos e de lá não voltou a sair até ao apito final.
Ao intervalo previ que Ferguson retirasse Park e Giggs fazendo entrar Scholes para melhorar a dinâmica a meio-campo e Berbatov para funcionar como referência e pivot entre os centrais blaugrana. Fiquei surpreendido pela negativa com a troca de Anderson por Tevez, que nada alterou ao rumo da partida.
O Barça continuou a dominar, mesmo sem impor um ritmo alto, a confiança e segurança com que os catalães trocavam a bola entre si faziam crer que só uma hecatombe lhes poderia tirar a 3ª Champions da história. Henry e Xavi estiveram perto de ampliar a vantagem, mas seria o baixinho Messi a facturar num fantástico golpe de cabeça! Quem disse que é preciso ser alto e forte para marcar golos de cabeça? Simplesmente extraordinária a execução do prodígio argentino, correspondendo na perfeição a uma magnífica assistência de Xavi.

Palavra final para Guardiola, na época de estreia o jovem técnico venceu tudo o que há para ganhar! Quase 30 anos mais novo que Ferguson é caso para dizer que o aprendiz deu uma lição no mestre!
Como será na nova época? O Barça terá argumentos para reconquistar o ceptro europeu, ainda para mais com a final marcada para o Bernabéu, terreno do arqui-rival Real Madrid? A ver vamos, até para o ano Champions!
6 comentários:
grande jogador este iniesta :S
Iniesta é um dos melhores jogadores da actualidade com toda a certeza! :P
JP,
Como escrevi no meu blog, o que me chama a atenção nessa equipe do Barcelona, além do toque de bola irresistível, é a sua vocação ofensiva. Times como o Barça tem compromisso com o futebol bem jogado. Compromisso que, felizmente, levou às últimas consequências.
Abraços.
O Barça conseguiu fazer do Man. United uma equipa vulgar, saindo como justissimo vencedor, e podia ter vencido por mais golos, recordo o livre de Xavi que bateu no poste por exemplo, de facto é uma "maquina de fazer golos". Desta vez venceu quem jogou melhor, mas, como grande parte das vezes, nem sempre isso se verifica no final.
Michel, complemento o teu comentário dizendo que é essa propensão ofensiva e esse magnífico toque de bola que levam o Barcelona a desencorajar quase por completo uma possível reacção à equipa adversária!
Com uma defesa frágil e extremamente remendada na final, não existe melhor táctica que esta para o 'Barça'. Neste caso aplica-se perfeitamente "a melhor defesa é o ataque" e ainda bem porque assim todos os adeptos do futebol foram presenteados com magníficos recitais de futebol por parte da equipa de Guardiola!
Abraços
É verdade, Filipe. Nós bem temos o dramático exemplo da Grécia no Euro'20004... eu acrescentaria outros em finais de 'Champions' como o 'Man Utd' em 1999 defronte do Bayern Munique e o Dortmund perante a 'Juve' em 1997...
Felizmente desta vez venceu a melhor equipa do ano e isso é que fica para a história!
Abraços
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